Em entrevista a imprensa alemã, vice-presidente Hamilton Mourão afirmou que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por tortura, foi um homem de “honra” que respeitava os direitos humanos de seus subordinados”:
“O que posso dizer sobre o homem Carlos Alberto Brilhante Ustra, ele foi meu comandante no final dos anos 70 do século passado, e era um homem de honra e um homem que respeitava os direitos humanos de seus subordinados. Então, muitas das coisas que as pessoas falam dele, eu posso te contar, porque eu tinha uma amizade muito próxima com esse homem, isso não é verdade”. General Mourão, vice-presidente ao Deutsche Welle.
"Coronel Brilhante Ustra respeitava os direitos humanos": à DW, o vice-presidente Hamilton Mourão diz que o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por tortura durante a ditadura, "era um homem de honra". Assista à entrevista completa em: https://t.co/mUdvoSmMs5 pic.twitter.com/GqTQdgDF3t
— DW Brasil (@dw_brasil) October 8, 2020
Mourão disse que a tortura não é uma prática que o governo brasileiro concorda ou “simpatize”, mas afirmou que muitas pessoas que lutaram contra guerrilhas urbanas nos anos 60 e 70 foram “injustamente acusadas de serem torturadoras”.
Em 2008, Ustra tornou-se o primeiro oficial condenado na Justiça brasileira em uma ação declaratória por sequestro e tortura durante o regime militar. Ele comandou o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informações) do 2º Exército (SP) de 1970 a 1974, no auge do combate às organizações da esquerda armada.
Segundo o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, só na gestão de Ustra, o DOI de São Paulo foi o responsável pela morte ou desaparecimento de ao menos 45 presos políticos. Ele morreu em 2015.
Veja a repercussão:
Defender torturador é compactuar com a tortura. É um escárnio o vice Mourão dizer que Brilhante Ustra era um homem de honra e que defendia os Direitos Humanos. Ustra foi TORTURADOR! O 1º militar condenado pela Justiça pelo CRIME de TORTURA na ditadura! É isso que ele é!
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) October 9, 2020
O vice-presidente Mourão defendeu o torturador Ustra e disse que era um "homem de honra." Não há honra em colocar ratos no corpo de mulheres e torturar grávidas, há apenas maldade e perversão. Ustra é a lata de lixo da história do Brasil e Bolsonaro e Mourão serão também.
— Guilherme Boulos 50 (@GuilhermeBoulos) October 9, 2020
Brasil, 7 de outubro de 2020:
Bolsonaro: "Eu acabei com a Lava Jato porque não tem mais corrupção no governo"
Mourão: "Ustra era um homem de honra"
Pazuello: "Nem sabia o que era o SUS"
— Jean-Philip Struck (@jeanstruck) October 8, 2020
O vice-presidente Mourão chamou de "honrado" um homem que enfiava ratos em vaginas de mulheres e colocava crianças para assistirem seus pais serem torturados. Ustra foi um verme, assim como são todos os canalhas que lhe rendem homenagens. A história não será esquecida.
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) October 9, 2020
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, acha que Ustra respeitava os direitos humanos. Só se for do seu cachorro, ou dos seus companheiros de farda, pois foi um bárbaro, não só contra supostos guerrilheiros, mas contra qualquer opositor. Um MONSTRO. Que vergonha Mourão!
— Paulo R. de Almeida (@PauloAlmeida53) October 8, 2020
Eis o sofrido relato das torturas que Gilberto Natalini, então aluno de medicina, sofreu diretamente das mãos de Ustra. O torturador que Mourão elogia o deixou 60% surdo, com choques diretamente nos seus ouvidos. Já Natalini, médico, tratou milhares de pessoas em sua carreira. https://t.co/Gw4VtGu4oj pic.twitter.com/gV7c0oIYQw
— Rafael Mafei (@RMafei) October 9, 2020
Mourão defendeu Ustra, o torturador responsável por colocar ratos nos órgãos sexuais de mulheres. Essa declaração do vice de Bolsonaro é um escárnio e ataca a todos, principalmente as vítimas e seus familiares! Declaração repugnante, asquerosa e criminosa. pic.twitter.com/qnu0z1FwWt
— Alessandro Molon 🇧🇷 (@alessandromolon) October 9, 2020