Após o golpe sofrido no Planalto pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, grande parte da sociedade e dos políticos passaram a falar de uma nova política no País, como uma promessa de que o futuro dos brasileiros seria maravilhoso.
A novidade ecoou pelos quatro cantos e o que surgiu foi o desejo mórbido de muitos de retorno aos tempos da Idade Média, com um agudo viéis de beligerância.
Assim, se instalou no Brasil uma espécie de dualismo político nesse cenário, com a favor e contra a esse norte forjado pós impecahment de Dilma Rousseff.
Novos políticos estão em toda parte, mas a maioria segue as tradições familiares que cultuam as velhas práticas.
Não foram poucos os que aderiram na eleição passada à ideia de que o “admirável mundo novo” estava se espalhando, mas logo se verificou que era apenas um surto.
Nas eleições deste ano é possível acompanhar, aqui mesmo em Alagoas, políticos jovens que surfaram nessa onda da novidade e que agora tentam se distanciar do que não deu certo. Só que agora os resultados não são os que pretendiam.
É só olhar para a disputa pelo governo do Estado. Ela está centrada e polarizada em duas correntes políticas que não têm nada a ver com novidade.
Ou seja, o que se tem é um jovem, Paulo Dantas (MDB) sob o comando da tradicional família Calheiros versus o velho Collor, do não menos tradicional estilo do “aquilo roxo”.
Seriam novos, o ex-prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSD) e o senador Rodrigo Cunha (UB). São dois ex-tucanos que tentaram se desgarrar do dualismo político de então, mas que não estão tendo boas respostas nas pesquisas feitas junto ao eleitorado.
E há poucos dias das eleições, pelas vias normais, nada tende a mudar do ponto de vista das intenções de votos do eleitorado.
Foi também nessa leitura que o velho ex-governador, ex-prefeito e atual vice-prefeito de Maceió, Ronaldo Lessa (PDT) decidiu assumir seu lado mais intenso na disputa eleitoral.
Agora, Lessa deixa para trás o lado do jovem prefeito JHC (PSB) e está celebrando uma aliança com o senador Renan Calheiros, na condição de indicado candidato a vice de Paulo Dantas.
Talvez, o novo tivesse vingado, verdadeiramente, se a história da “nova política” não fosse uma real embromação.