O imbróglio escandaloso das emendas Pix, revelado na contenda entre o Centrão no Congresso Nacional e a suprema corte de justiça, via ministro Flávio Dino, surge e é como se fosse uma coisa alheia à sociedade.
Logo ela que é responsável pela eleição de cada parlamentar no País. Logo ela, que até pouco tempo reverberava para o mundo ser contra a corrupção.
O caso em questão também revela um multifacetado cenário de corrupção. Mas, há os que não querem enxergar por suas conveniências específicas, ou porque a corrupção se alimenta do corriqueiro e ignóbil sentimento de levar vantagem em tudo, que é um mal tradicional da sociedade brasileira.
Nesse roteiro levam vantagens diretamente, além dos parlamentares, prefeitos, vereadores, entre outros. Assim há um leque que se abre para aliados espalhados por todos os lados e até em instituições que deveriam cumprir com retidão o papel da fiscalização.
Mas, é tudo secreto. Dinheiro vai, dinheiro vem e ninguém sabe para onde. Vez por outra, em uma investigação policial, alguém sempre joga uma mala recheada pela janela do apartamento, sob os olhares coniventes de outros do andar de cima.
E só para se ter uma ideia, a revista IstoÉ expôs, recentemente, que em Maragogi, a Prefeitura Municipal conseguiu a bagatela de R$ 100 milhões -boa parte originados de emendas – para construir um polo de cinema e cultura na cidade. E destaca que “a classe artística até está feliz, mas surpresa, esperando uma demanda de espetáculos que explique a obra faraônica no balneário”.
Na briga atual do pix de R$ 4,2 bilhões, há a planilha de mais de R$ 12 milhões para a construção de campos society em outros municípios alagoanos. E aí a planilha revelada pelo deputado Glauber Braga, mostra um society na cidade de Coruripe por R$ 3 milhões e outro em Palmeira pelo mesmo valor.
Certamente, esses campos terão gramas com fios de ouro e camarotes refrigerados com open bar-o800.