Mauricio Claver Carone, representante de Donald Trump para a América Latina, pontou o que pra ele são os três principais problemas do Brasil: “crime, corrupção e câmbio”, que ele chamou de três Cs.
Em discurso para investidores organizado pela entidade Esfera em Nova York disse ainda que investidores estrangeiros nem sabem que o Brasil é a segundo maior economia do Hemisfério Ocidental.
Vale lembrar que o próprio Carone pediu demissão nesta segunda-feira do governo Trump. Mas mantém seu cargo por mais 20 dias. Mesmo assim, em discurso ao lado de Joesley Batista, criticou os três “Cs” do Brasil, dando soluções para as mesmas:
- A economia deveria ser dolarizada para reduzir o risco cambial;
- O crime organizado está muito próximo, referindo-se ao PCC;
- O mito da corrupção no Brasil precisa ser derrubado.
“O fato de que vocês são uma das 10 maiores economias. Vocês são a segunda maior economia do Hemisfério Ocidental. Se você perguntar à maioria das pessoas, se perguntar a qualquer pessoa aqui em Nova York, qual é a segunda maior economia das Américas depois dos Estados Unidos? Aposto que 99% das pessoas dirão Canadá. E a segunda opção depois disso é provavelmente o México. Aposto que 1% dos investidores daqui, pessoas sofisticadas, lhe dirão que a segunda maior economia das Américas é o Brasil. Isso é um problema”.
China
Carone também demonstrou uma preocupação da aproximação do governo brasileiro com o mercado chinês, afirmando que Lula deveria estar agora em Nova York, e não na China.
“A China se tornou o maior parceiro comercial do Brasil, mas os Estados Unidos ainda são, de longe, a primeira e mais importante fonte de investimento estrangeiro direto no Brasil”.
Segundo ele, parte da estagnação se deve ao fato de o Brasil estar focado no superávit comercial e a formula mágica é atrair investimentos dos EUA. Para ele, as duas economias não são complementares e, portanto, não haverá chance de um acordo de livre comércio.
Outro lado
Dario Durigan, secretário-executivo do Ministério da Fazenda, que também participou do evento, rebateu a ideia de que existiria uma aliança automática entre Brasil e China. “Isso é besteira. Fazemos as coisas da nossa forma, defendendo o nosso interesse”, disse o brasileiro, incomodado.
Estavam no evento Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados, Vital do Rêgo, presidente do Tribunal de Contas da União, Paulo Gonet, procurador-geral da República, Renan Filho, ministro dos Transportes, além dos senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Irajá Abreu (PSD-GO) e dos deputados federais Inaldo Bulhões (MDB- AL), Pedro Lupion (PP-PR) e Dr. Luizinho (PP-RJ).
O evento ainda contou com os governadores de estado Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União-GO), Raquel Lyra (PSD-PE), Ibaneis Rocha (MDB-DF), Eduardo Leite (PSD-RS) e Cláudio Castro (PL-RJ).