O ministro das Relações Exteriores do governo Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, afirmou em um evento de fim de ano que “a verdade” não pode ser vítima em uma pandemia.
A questão é que, de forma inacreditável, sua retórica aconteceu durante a defesa da cloroquina no tratamento da covid-19. E foi além, ao afirma que muitos usam ‘usado critério político para defender eficácia de tratamentos’. Mas não seu presidente.
“Nós temos, com a liderança do presidente, procurado proporcionar aos brasileiros a opção dos tratamentos, a questão que vocês acompanharam, da hidroxicloroquina, que acho que tem salvado vidas, e infelizmente algumas pessoas se recusam a reconhecer por questões políticas”. Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores.
E a incompetência foi além: o governo brasileiro segue sem barrar voos vindos do Reino Unido, porque diz considerar suficiente a apresentação de testes recentes de Covid-19.
Os consórcio de governadores do Nordeste enviou carta ao Ministério da Saúde nesta terça (22) pedindo a suspensão imediata de voos que chegam ao Brasil vindos do Reino Unido, Dinamarca, Holanda e Austrália, diante da “profunda preocupação” com a mutação do vírus.
As pastas de Pazuello e Araújo ainda não determinaram nenhum fechamento. Claro, eles acham que cloroquina funciona, assim como seu supremo líder.
Charlatanismo
Vale lembrar que o Conselho Francês da Ordem dos Médicos apresentou uma queixa no início de dezembro contra seis médicos, incluindo os professores Didier Raoult e Christian Perronne, por causa de comentários considerados controversos sobre a epidemia de Covid-19.
O Professor Perronne, anunciou quinta-feira passada que encerrou as suas funções como chefe de departamento, após ter notoriamente afirmado que os doentes de Covid-19 representavam uma vantagem financeira para os médicos e fez comentários controversos sobre a hidroxicloroquina.
Uma declaração mentirosa e hedionda, que alimentou discurso negacionista nesta pandemia, custando milhares de vida. E endossada apenas por líderes questionáveis, como Trump ou Bolsonaro. E em países como Argélia, Marrocos, Turquia, Tailândia, Quênia e Senegal. Mas a vacina, cientificamente comprovada, não pode.