Após meses em que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos da América, antagonizou o mundo afirmando que não voltaria atrás na cobrança de tarifa de produtos estrangeiros em solo americano, EUAe a China chegaram a um acordo para reduzir temporariamente as tarifas recíprocas.
Com isso, as duas maiores economias do mundo buscam encerrar uma guerra comercial prejudicial que tem alimentado temores de recessão e deixado os mercados financeiros em alerta.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse, após conversas com autoridades chinesas em Genebra, que os dois lados concordaram com uma pausa de 90 dias nas medidas.
Os Estados Unidos reduzirão as tarifas adicionais sobre produtos chineses para 30% (10% de taxa básica, mais 20% relacionados ao tráfico da droga fentanil) Hoje, o índice chega a 145%. A China diminuirá as taxas sobre importações americanas para 10% (são 125% hoje). O país asiático também disse que irá “suspender ou cancelar” medidas não tarifárias tomadas contra os EUA.
O dólar subiu frente às principais moedas e os mercados se recuperaram após a notícia, o que ajudou a aliviar as preocupações sobre uma desaceleração econômica desencadeada no mês passado pela escalada de medidas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump, destinadas a reduzir o déficit comercial americano.
Números
Desde que assumiu o cargo em janeiro, Trump havia aumentado as tarifas pagas pelos importadores americanos para produtos da China para 145%, além daquelas que ele impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e das taxas aplicadas pela administração Biden.
A China revidou impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para fabricantes americanos de armas e produtos eletrônicos de consumo, e aumentando as tarifas sobre produtos americanos para 125%.
A disputa tarifária paralisou quase US$ 600 bilhões em comércio bilateral, interrompendo cadeias de suprimentos, despertando temores de estagflação e provocando algumas demissões.