18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Farra dos jetons no governo: Há ministro ganhando R$ 40 mil por 8 reuniões

No ano passado o governo pagou R$ 18 milhões de jetons. De janeiro a abril deste ano já pagou R$ 5 milhões

Bolsonaro esquece o discurso de austeridade e libera geral jetons para assessores

O pagamento de jetons  como forma de driblar a lei do teto salarial, virou uma festa dentro do governo federal, que em 2019 pagou nada menos que R$ 18 milhões a ministros e assessores do presidente Jair Bolsonaro.

Em 2020, de janeiro a abril, os cofres da União já pagaram R$ 5 milhões aos privilegiados pelo Planalto. Há casos que só de adicionais chegam a R$ 40 mil mês, além do salário.

O discurso na eleição de Jair Bolsonaro e aliados de modernizar a máquina pública e reduzir os gastos com o alto funcionalismo, notadamente ficou para trás ou embaixo de algum tapete palaciano.

Atualmente, 333 civis e 12 militares, dos quais dez da ativa, recebem esses jetons. O Almirante lmirante da Marinha, Bento Albuquerque é um dos nomes da lista.

Ele estava até março nos conselhos da Empresa de Pesquisa Energética e da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep). O jetom rendia mensalmente cerca de R$ 7 mil, que se somavam a R$ 50,7 mil, brutos, referentes aos vencimentos de ministro e de militar. Em maio, ele trocou a Nuclep por Itaipu, onde a atuação como conselheiro rende-lhe agora mais o adicional de R$ 14,9 mil, livres.

Além do almirante, o conselho administrativo da hidrelétrica também abriga um auxiliar direto de Bolsonaro, Célio Faria Júnior. Como assessor especial da Presidência, ele tem direito a salário bruto de R$ 21,5 mil. No final do mês, por causa do jetom, ele recebe bruto R$ 36,4 mil.

O ministro Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações) também acumula salário de R$ 30,9 mil mais jetons do Conselho de Administração da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. Pontes recebe salário de ministro, aposentadoria da FAB mais  jetons mensais.

O governo possui 197 empresas estatais, de controle direto ou acionário. A União indica parte dos conselheiros, enquanto outros vêm da direção das empresas e do corpo de funcionários. Os indicados ocupam vagas nos conselhos de administração ou fiscal. O valor do jetom pode chegar a R$ 21 mil. Em alguns casos para participar de uma ou duas reuniões mensais.

Dos dez maiores desembolsos de jetons em 2020, metade foi para auxiliares do ministro Paulo Guedes. O secretário especial da pasta e conselheiro do Banco do Brasil e do BNDES, Waldery Rodrigues Junior, recebe R$ 14 mil de jetom por mês. O salário dele no ministério é de R$ 10,3 mil, uma remuneração residual porque ele tem direito a outros R$ 35 mil do Senado, de onde está cedido ao Executivo.

Mas, segundo o jornal Estado de São Paulo, nenhum jetom é maior que o pago pela Embraer. Membro do conselho da empresa até maio, o tenente-brigadeiro do ar José Magno de Resende Araújo recebia R$ 40,7 mil mensais, quantia que somava aos R$ 33,5 mil brutos, referentes ao salário da Aeronáutica. O grupo se reúne ordinariamente oito vezes por ano e extraordinariamente por convocação do presidente da empresa.

 

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