Por Pinehas Furtado*
Entre tantos, tive a oportunidade de conviver com Freitas Neto. E com ele, seus filhos Marcelino e Glória (Tita), ainda adolescentes.
O tempo passou e os jovens viraram adultos com as marcas que a vida lhes impôs. Ela, bela e aparentemente frágil, virou uma guerreira e trilhou um caminho mais técnico profissionalmente.
Ele, embora também tenha conquistado seu diploma superior, deixou-se levar pela política. E não só fisicamente, mas, em suas manifestações públicas, passou a lembrar em muito o pai.
Respeitando, evidentemente, os traços de personalidade de cada um. Militou em partidos e sindicatos, sempre impondo sua verve crítica ao sistema. Baseado nessa premissa e se entendendo como um ser político, não por acaso deu seu último suspiro no primeiro dia de 2019.
O que me leva à sensação e à quase certeza de que Marcelino não morreu, ele apenas saiu de cena em protesto à posse de um governo de extrema-direita, cujas ideias são totalmente opostas a tudo aquilo que ele defendia.
E como se tivesse dito a frase que sempre o acompanhou: “Camaradas, deixo-lhes à nova mesa farta da burguesia. Locupletar-se ou combatê-la é uma escolha”, partiu com um sorriso largo e franco, próprio dos corações bons e valentes.
FECHA O PANO.
*Jornalista