19 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Fiea alerta para extinção de 2 milhões de vagas na rede Senai/Sesi de ensino

José Carlos Lyra alerta para ameaça a manutenção da estrutura das unidades Sesi e Senai em todo Pais - Foto: Ascom/Fiea
José Carlos Lyra alerta para ameaça a manutenção da estrutura das unidades Sesi e Senai em todo Pais – Foto: Ascom/Fiea

O aumento da carga tributária é um obstáculo ao crescimento do Brasil e, ao criar e elevar impostos, o governo transfere para o setor produtivo e para a sociedade o ônus do ajuste fiscal. Ao fazer essa crítica, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), industrial José Carlos Lyra de Andrade, alertou para as graves consequências das investidas do governo contra as verbas do Sistema S (Sesi/Senai/Sesc/Sest/Senar).

Segundo o líder empresarial, a proposta do governo de reduzir em até 30% o orçamento do Sistema, inserida nas discussões sobre o pacote de ajuste fiscal, ameaça todos os serviços oferecidos à população pelas entidades da indústria, comércio, agricultura e transporte. Estão sob risco de serem extintas, disse José Carlos Lyra, quase 2 milhões de vagas nas escolas profissionalizantes do Senai, em todo o País.

O empresário alagoano declara que a redução de 30% na transferência dos recursos da contribuição compulsória, verbas previstas na Constituição Federal, e de parte dos valores previstos como incentivo na Lei do Bem, representam um corte que pode chegar a 52%. “Em valores, o prejuízo para as entidades é superior a R$ 4 bilhões” – reclamou Lyra.

Depois de participar, em Brasília, de reuniões convocadas pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) para avaliar o pacote fiscal, Lyra revelou aqui a extensão da crise que virá a se abater sobre as entidades do setor produtivo. Ele disse que medida fará crescer vertiginosamente o crescimento dos índices de desemprego, já que milhares de profissionais, principalmente professores e técnicos, serão demitidos.

Mais de 700 escolas do Senai e do Sesi fecharão as portas. Conforme levantamento da CNI, 735 mil estudantes deixarão de estudar no ensino básico, profissionalizante e na educação de jovens e adultos em todo o Brasil. As duas instituições terão de demitir cerca de 30 mil trabalhadores em todo o País.

Além do fim da educação profissional e básica oferecida pelo Sistema Indústria e das demissões, a investida vai inviabilizar todos os programas de saúde do trabalhador e dependentes, entre outras ações sociais do Sistema S. “Vamos ter que fechar unidades do Sesi e do Senai, e muita gente deixará de receber assistência. Será o caos para milhões de pessoas, principalmente nas regiões Nordeste e Norte”, afirma Lyra.