27 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Justiça

Flávio Bolsonaro usou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo com imóveis e despesas pessoais

Total de desvios apurado pela Promotoria foi de, no mínimo, R$ 6,1 milhões

Além dos 6 imóveis comprados parcialmente com dinheiro vivo, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) também fez uso de valores em espécie para pagar despesas pessoais, funcionários e impostos.

A conta bancária de sua antiga loja de chocolates também registrou alto volume de depósitos de dinheiro vivo sem identificação. Ao todo, esse montante movimentado em espécie ultrapassa os R$ 3 milhões:

  • Loja de chocolates de Flávio – total: R$ 1,7 milhão
  • Doação para a mãe – total: R$ 733 mil
  • Boletos para pagamentos de despesas pessoais – total: R$ 261,6 mil
  • Impostos ligados a imóveis – total: R$ 91,8 mil
  • Empréstimos com assessores de Jair Bolsonaro – total: R$ 250 mil
  • Salário de empregadas – total: R$ 40 mil

Os dados constam das quebras de sigilo obtidas pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio).

Flávio ainda foi apontado nas investigações como líder de uma organização criminosa que funcionava em seu antigo gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa fluminense). O total de desvios apurado pela Promotoria foi de, no mínimo, R$ 6,1 milhões.

Os promotores afirmam que o dinheiro usado nas transações de Flávio vinha do esquema conhecido como “rachadinha”, no qual os funcionários do gabinete eram obrigados a devolver boa parte de seus salários, em espécie, ao então deputado.

A quebra do sigilo bancário de Flávio e demais denunciados no esquema e o cruzamento de dados obtidos junto a empresas e poder público ainda revelaram dívidas quitadas que não constavam nos extratos do atual senador nem nos de sua mulher, Fernanda Antunes Figueira Bolsonaro.

O uso de dinheiro vivo não é ilegal, mas especialistas no combate à corrupção indicam que isso dificulta o rastreamento da origem das verbas.