
Pelos aplicativos das redes sociais e em matéria da TV Globo desfilaram neste início de semana os áudios que revelam o plano para a realização de um golpe de Estado no país após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022.
Nas gravações aparecem as conversas entre Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mario Fernandes, general e apontado como articulador do plano golpista, além de outro militares de alta patente.
Mauro Cid chegou a revelar em áudio que Bolsonaro teria dado prazo até 12 de dezembro para a consumação do golpe militar pretendido pelo Palácio do Planalto.
Cid destacou a data como a da “consumação”, considerando que 12 de dezembro era o dia da diplomação da chapa vencedora com Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
“Pode deixar, general. Vou conversar com o presidente [Bolsonaro]. Mas ele tem essa personalidade às vezes né. Ele espera, espera, pra ver até onde vai. E o tempo está curto né, não dá para esperar muito mais passar. Teria que ser antes do dia 12”, disse Cid ao general Mario Fernandes, que havia perguntado se o ex-presidente poderia atuar mais no plano.
Guerra civil
Áudios que foram atribuídos ao general-de-brigada da reserva Roberto Criscuoli expõem a defesa de uma “guerra civil” para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023.
Os diálogos ocorreram em 29 de novembro de 2022, pouco mais de um mês antes da posse. Criscuoli enviou um áudio ao general Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência da República, pedindo que a mensagem fosse levada ao ex-presidente Jair Bolsonaro. No áudio, o general sugere uma insurgência para aproveitar o “apoio maciço” de manifestantes acampados em frente aos quartéis do Exército.
“Se nós não tomarmos a rédea agora, depois eu acho que vai ser pior. Na realidade, vai ser guerra civil agora ou guerra civil depois”, afirmou Criscuoli, enfatizando que o momento era crucial.