18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Maceió

GGI dos Bairros e Defesa Civil apontam ações para Bebedouro durante reunião

Moradores haviam bloqueado trecho da Ladeira Professor Benedito Silva para cobrar posição sobre Rua Marques de Abrantes e região do Flexal

Reunião com moradores de Bebedouro. Foto: Erik Maia/Secom Maceió

O GGI dos Bairros e a Defesa Civil de Maceió apontaram uma série de encaminhamentos para as reivindicações de moradores que cobram a inclusão da região do Flexal e da Rua Marques de Abrantes, em Bebedouro, no mapa de criticidade, para que possam se inscrever no programa de realocação.

Na reunião, o coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, fez uma apresentação de parte dos estudos de monitoramento dos bairros afetados. Ele explicou que a região é monitorada por equipamentos de DGPS (Differential Global Positioning System), interferometria e por satélites, e que esses equipamentos não apontam que os problemas dessa região têm ligação com o afundamento.

 “O que nós identificamos é uma série de construções irregulares, muito deles teriam escavado a base da barreira, causando os problemas de desestruturação de alguns imóveis, e causando perigo a outros imóveis da região”. Abelardo Nobre.

Segundo ele, no caso do Flexal, foi identificada uma grande influência do Riacho do Silva, que varia de nível por causa da maré. “

Por ser ligado à lagoa de Mundaú e ter muitas baronesas, uma espécie de planta que aparece nessas condições, ela propicia que quando a maré está alta, a água penetre no solo da região, o que pode ocasionar danos as construções do local”. Abelardo Nobre.

Para o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, não é possível, pela explicação da Defesa Civil, incluir agora as regiões nos Mapas de Criticidade – pelo menos na questão da subsidência.

“Essa não é uma alternativa viável para agora, mas temos que considerar que há um risco social para essa parcela da população, uma vez que unidades do município e do estado estão sendo realocados pelo afundamento do solo, o que têm deixado esses moradores com dificuldade para ter acesso à prestação desses serviços”. Ronnie Mota.

Os moradores apresentaram uma série de reivindicações que gerou uma lista de encaminhamentos a serem realizados pela Defesa Civil. São eles:

  1. As ações do setor social da Defesa Civil de Maceió na região do Flexal deverão ser retomadas assim que o decreto de distanciamento social pela Covid-19 regredir da fase vermelha, o que vai possibilitar aos técnicos realizar visitas às famílias do local;
  2. A regressão do decreto de distanciamento também é exigida para que o setor social da Defesa Civil atue junto aos moradores da Rua Marques de Abrantes. O coordenador ressaltou ainda que, nesse ponto, há o agravante das chuvas que podem causar novos deslizamentos;
  3. Sobre o IPTU, foi ressaltado que já há uma lei de isenção que foi renovada, assim como o decreto de calamidade para os bairros afetados. Tanto os imóveis na área de monitoramento quanto os de realocação são beneficiados com a isenção do imposto. A partir do momento em que o morador for realocado e indenizado, a Braskem assume o pagamento do imposto;
  4. A Defesa Civil irá encaminhar uma solicitação ao GGI dos Bairros para que o órgão possa solicitar à Braskem uma posição sobre os animais abandonados na região, para que se possa identificar o abrigo que cuidará desses animais; e
  5. A limpeza e ordenação do Cemitério Santo Antônio, que fica numa área de realocação em Bebedouro, começou hoje. Essa limpeza contará com uma equipe formada por técnicos da Sudes e da Braskem. Uma nova reunião será marcada para tratar da realocação do equipamento.
Protesto ocorreu no começo da manhã. Foto: Erik Maia/Secom Maceió

Protestos

No começo daquela manhã (29), os moradores de Bebedouro realizaram um protesto na Ladeira Professor Benedito Silva. Após a negociação do coordenador do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros), Ronnie Mota, e do coordenador geral da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, o protesto foi encerrado.

Maurício Sarmento, um dos líderes comunitários do Flexal que participou da reunião, defendeu a inclusão dessas áreas nos mapas de criticidade, mesmo que eles não tenham sido atingidos pelos problemas do afundamento.

“O dano não é só patrimonial, é social também. Nós queremos ter acesso a isso, e não é cabível ter uma região afetada socialmente e ela não ser incluída por ter um acesso pela chã da Jaqueira”. Maurício Sarmento.

Coordeandores do GGI dos Bairros e Defesa Civil. Foto: Erik Maia/Secom Maceió