28 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Governadores prometem reagir se Bolsonaro reabrir o comércio pelo país

Presidente disseque gostaria de editar medida para reabrir o comércio pelo país

Governadores já cogitam acionar a Justiça se o presidente Jair Bolsonaro cumprir a sua vontade e assinar um decreto para liberar setores da economia a voltarem a funcionar. Bolsonaro disse neste domingo (29) que pensa em liberar a volta ao trabalho para quem precisa.

Os mandatários estaduais se disseram indignados com a atitude do presidente, que neste domingo contrariou a orientação do Ministério da Saúde e circulou por Brasília cumprimentando apoiadores.

A avaliação, feita em um grupo de WhatsApp com governadores do Nordeste, é que o presidente continua “inflando” o incêndio em vez de sentar à mesa e liderar o país frente aos desafios da pandemia.

“Ele tem que parar de fazer política, parar de fazer intriga e assumir a função que a maioria do povo lhe deu de presidente da República. Cabe ao governo federal liderar esse processo e não ficar alimentando crise. Não vamos permitir. O que os governadores querem é que o presidente assuma suas responsabilidades de coordenar as ações de saúde pública para salvar vidas humanas. Parece que todos nós estamos vivendo um grande pesadelo e o presidente brincando”. Rui Costa (PT), governador da Bahia.

Já Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão, afirmou que o presidente não pode anular a competência dos estados e que, se houver um decreto presidencial, ele não será levado em conta.

“Vivemos em uma Federação. O presidente não tem poderes de ditador. Ele não pode anular competências dos estados sobre proteção à saúde, nem normatizar sobre assuntos de interesse local. Se ele editar essa espécie de “Ato Institucional”, irei ignorar e fazer prevalecer o que consta do artigo 23 da Constituição. Até o Twitter sabe que Bolsonaro está errado ao desrespeitar os seus deveres quanto à saúde da população”. Flávio Dino (PC do B), governador do Maranhão.

Insistente

Também neste final de semana, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, falou sobre a imagem de caminhões do exército carregando centenas de corpos e pediu para que Bolsonaro não menospreze a gravidade da situação em manifestações públicas, admitindo a possibilidade de criticá-lo na resposta.

Bolsonaro o rebateu e falou que iria demitir o ministro se Mandetta o corrigisse publicamente. No dia seguinte, ele foi passear.