29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Governo prepara pacote para caminhoneiros e Petrobras nega intervenção

Bolsonaro admitiu que telefonou ao presidente da estatal, na noite de quinta, pedindo para cancelar o reajuste de 5,7% no combustível

Sem conseguir conter a flutuação do preço do diesel, o governo vai anunciar nesta terça-feira (16) um pacote de medidas que possam melhorar as condições gerais do setor de transporte rodoviário. As iniciativas foram discutidas em reunião desta segunda (15) no Palácio do Planalto que contou com a presença de seis ministros.

“As questões tratadas serão levadas ao conhecimento da população em entrevista coletiva a ser realizada no dia de amanhã, 16, às 11h, no Palácio do Planalto, onde estarão presentes alguns dos ministros que participaram da reunião na tarde de hoje. Nessa oportunidade, serão anunciadas algumas das medidas adotadas pelo governo em resposta às demandas do setor de transporte rodoviário”. Nota da Secom.

Entre as ações que serão prometidas está a conclusão de obras de infraestrutura das principais rodovias do país, como a BR 163 e BR 242. Além disso, o governo prometerá construir locais de repouso para os caminhoneiros, pleito antigo da categoria.

Na lista de promessas, deverão entrar ainda o compromisso de estímulo à criação de cooperativas, de maior fiscalização ao cumprimento da tabela do frete e desburocratização da documentação dos caminhoneiros, por meio da adoção de notas eletrônicas para transporte de cargas.

Aos jornalistas, os ministros devem repetir ainda ações que já foram feitas para atender os caminhoneiros, como combate à “indústria de multas” e até iniciativas implementadas pela Petrobras, como a criação do cartão caminhoneiro e o alongamento do prazo, de 7 para 15 dias, de reajuste do diesel.

Petrobrás

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que a estatal é livre para fixar preços dos combustíveis. Auxilares de Bolsonaro afirmam que o presidente não fará nova investida na política de preços, mas o próprio presidente pediu que técnicos lhe explicassem como funciona a formação dos preços de combustíveis.

Bolsonaro admitiu que telefonou ao presidente da estatal, na noite de quinta, pedindo para cancelar o reajuste de 5,7% no combustível. Castello Branco, no entanto, afirmou que o presidente não ordenou o congelamento.“A decisão foi tomada pela diretoria da Petrobras”, disse. “Ninguém ordenou que a Petrobras não reajustasse”. Mas não foi o que pareceu e provocou uma perda de R$ 15 bilhões na estatal: