Os militares serão incluídos na Reforma da Previdência, afinal. Cada vez mais membros do governo Jair Bolsonaro, até mesmo os militares, concordam com a iniciativa. Um dos motivos, inclusive, é para que o presidente, capitão reformado, “lidere por exemplo”. O que o próprio Bolsonaro indicou em seu discurso no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nesta terça (22).
“Queremos governar pelo exemplo e queremos que o mundo restabeleça a confiança que sempre teve em nós”. Jair Bolsonaro, em Davos.
E para dar o exemplo, o presidente está se esforçando, ao menos fisicamente: mesmo com a bolsa intestinal, ele insistiu em ficar sentado na poltrona com os demais e não deitar na única cama do avião. Válido, embora essa simplicidade atrapalhe em momentos, como preferir almoçar sozinho em um mercado, do que com as lideranças presentes no Fórum.
Mas o mesmo seria raciocínio pela inclusão de militares na reforma da Previdência: dar o exemplo. Discutido de forma interna no governo, ainda não há maiores detalhes, como qual seria o período de transição para quem já está no serviço militar. O presidente interino, General Hamilton Mourão, apoiado publicamente, por exemplo, o aumento do tempo de permanência na ativa de 30 para 35 anos.
Militares
Apesar disso, autoridades militares influentes no Governo são abertamente contra mudanças nas aposentadorias dos militares, inclusive o novo comandante do Exército, o general Edson Leal Pujol.
Técnicos do governo chegaram a afirmar que os militares devem escapar da reforma, porém, o vice-presidente Hamilton Mourão disse que a reforma abrangerá as Forças Armadas. Guedes mesmo diz que Bolsonaro deveria dar o exemplo e, como capitão, deveria incluir a categoria na reforma.
O déficit na previdência dos militares até novembro de 2018 subiu 12,85% em relação ao mesmo período de 2017, de R$ 35,9 bilhões para R$ 40,5 bilhões. Foi o que mais cresceu no ano passado, segundo dados do próprio governo. Nesse período, as receitas somaram R$ 2,1 bilhões, enquanto as despesas, R$ 42,614 bilhões.