20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Guedes defende “tributos alternativos” (CPMF) com aval de Bolsonaro

Ministro pretende usar a CPMF como moeda de troca para a desoneração de igrejas

O presidente Jair Bolsonaro deu aval, nesta quarta (23), para emplacar a criação de um imposto a ser cobrado amplamente nas operações de pagamento no país. A iniciativa coube ao ministro da Economia, Paulo Guedes, ao lado de líderes do governo no Congresso.

Guedes falou na criação de “tributos alternativos”, que na verdade seria uma nova palavra para camuflar a criação de uma nova CPMF, como solução para garantir a desoneração da folha de pagamento.

Ele também ligou o imposto ao financiamento do novo programa de renda mínima que será criado na PEC (proposta de emenda à Constituição) do Pacto Federativo, embora tal instrumento não garantiria o programa, visto que depende de corte de despesas por causa do teto de gastos.

“Queremos desonerar, queremos ajudar a buscar emprego, facilitar a criação de empregos, então vamos fazer um programa de substituição tributária”. Paulo Guedes.

Desde o fim de semana, os líderes partidários vinham articulando com o Congresso uma proposta de reforma tributária que contenha uma desoneração ampla das folhas de salários. Guedes planeja compensar a perda de receitas com a criação do novo imposto.

A iniciativa também é peça da negociação com parlamentares para manter o veto de Bolsonaro à desoneração de 17 setores. Nos bastidores, Guedes também pretende usar a CPMF como moeda de troca para a desoneração de igrejas (que também foi alvo de veto do presidente).