O presidente Jair Bolsonaro tem nesta segunda-feira, 19 de abril, um dia para esquecer: hoje faz 33 anos que ele recebeu do Conselho de Justificação Militar (CJM) um “pede pra sair” por ter planejado um atentado terrorista.
Os alvos das explosões de bombas de baixa potência, orquestradas pelo então capitão Messias Bolsonaro, eram quartéis do Exército no Rio de Janeiro, na Vila Militar, na Academia de Agulhas Negras, e até na adutora de água Guandu, que abastece a cidade do Rio.
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Em setembro de 1986, Bolsonaro assinou um artigo na Veja afirmando que a tropa vivia numa “situação crítica no que se refere a vencimentos” e que a causa da evasão de mais de oitenta cadetes da Academia Militar eram os baixos salários.
O assunto torna-se mais grave quando é mencionada outra matéria, também da Revista Veja, mas em 1987, dessa vez assinada pela repórter Cassia Maria, que ouviu dele uma operação chamada “Beco Sem Saída”.
Nesta, ele havia planejado explodir bombas no quartel. E não só mentiu sobre não ter conversado com a jornalista, como também foi acusado de ameaçar Cassia antes do depoimento.
Acusado de orquestrar ataque terrorista e vazar informações internas à revista Veja, Bolsonaro foi absolvido em segunda instância, mas convidado a se “aposentar” das Forças Armadas.
Além de Jair Bolsonaro, a operação teria autoria de outro militar, Fábio Passos. O objetivo seria mostrar o descontentamento de militares quanto ao índice de reajuste salarial prestes a ser anunciado pelo ministro do Exército.
Os três coronéis que investigaram o caso consideraram:
“O Justificante Bolsonaro mentiu durante todo o processo, quando negou a autoria dos esboços publicados na revista VEJA, como comprovam os laudos periciais (…) e revelou comportamento aético e incompatível com o pundonor militar e o decoro da classe, ao passar à imprensa informações sobre sua instituição”.
O capitão negou tudo, mas uma perícia da Polícia Federal foi inequívoca ao concluir que as anotações nos esboços eram mesmo dele. Investigações posteriores não foram a frente: tudo foi interrompido depois dele ser eleito deputado estadual em 1989.
Corno e muambeiro
Mentiroso, corno, muambeiro e contrabandista. Além de “eleitor de Collor”. Estas foram as impressões de um relatório secreto, do Ministério do Exército, datado de 27 de julho de 1990, sobre o hoje presidente Jair Bolsonaro.
O documento inicia com uma linha do tempo, relatando a punição que o capitão Bolsonaro recebera em 1986, depois de ter assinado um artigo na revista Veja em que ele pedia aumento de salário.
Isso apesar de relatório da Polícia Federal atestar que, de fato, a letra do “croqui” que embasou o plano de ataque era do capitão. E como pode ser visto, o relatório é bem detalhado:
Caso queira conferir o arquivo, ele esta no SIAN (Sistema de Informação do Arquivo Nacional) Ou então, basta clicar aqui para conferir o PDF do Gabinete Civil, de 27 de julho de 1990.
[…] reportagem do site É Assim, em 1988 Bolsonaro planejou colocar explosivos de baixa potência em quartéis no Rio de Janeiro, […]
[…] reportagem do site É Assim, em 1988 Bolsonaro planejou colocar explosivos de baixa potência em quartéis no Rio de Janeiro, […]
Corrigindo:
A notícia não é verdadeira. Apesar de culpado, Bolsonaro nunca foi expulso do exército.
Apenas passou para a reserva quando foi eleito e diplomado vereador do Rio, no final da década de 80.