15 de março de 2025Informação, independência e credibilidade
Economia

Imposto para os super ricos deve arrecadar mais de R$ 260 bilhões

Apenas 3 mil pessoas estão inseridas entre os super-ricos que não pagam menos impostos que os assalariados brasileiros

Um estudo da organização britânica Tax Justiçe Network afirma que atualmente os assalariados brasileiros pagam mais impostos do que os grandes milionários. Por isso mesmo, a proposta de um imposto mínimo sobre os super-ricos tem ganhado cada vez mais espaço no debate econômico no Brasil.
A medida pode gerar uma arrecadação de US$ 47,5 milhões, cerca de R$ 260 bilhões na cotação atual, segundo o da organização britânica.
De acordo com as informações o aumento da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para R$ 5 mil, uma das promessas de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode ser viabilizado por meio da taxação das grandes fortunas.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo estuda maneiras de implementar essa mudança e que o imposto sobre os super-ricos pode ser uma opção concreta.
“O Brasil considera esse um tópico particularmente importante. Por isso, defendemos que o G20 assuma uma nova e ambiciosa agenda de tributação. Devemos agir juntos para garantir que os super-ricos paguem sua cota justa em impostos, de modo a combater a desigualdade”, afirmou Haddad.
De acordo com a proposta brasileira para o G20 sobre a tributação dos super-ricos, o modelo de taxação progressiva atingiria, inicialmente, cerca de 3 mil pessoas. Esses indivíduos possuem mais de US$ 1 bilhão de riqueza, abrangendo ativos, imóveis, ações e participações em empresas.

Entenda a proposta

O professor de Direito Tributário da USP e advogado tributarista, André Mendes Moreira, explica que hoje um dos principais responsáveis pela grande desproporcionalidade na carga tributária são os impostos indiretos.
Igor Lucena, advogado especialista em Direito Tributário e sócio da TT & Co., ressalta que o problema não é recente. “A desigualdade social surgiu a partir da alta carga tributária brasileira, desde o período colonial até a promulgação da Constituição Federal de 1988, ampliando o sistema de arrecadação e da consequente complexidade do sistema tributário brasileiro”, pontua o advogado.
O especialista também destaca os argumentos a favor e contra o imposto mínimo sobre os super-ricos. Lucena aponta que os apoiadores da medida defendem que a taxação é necessária para corrigir a disparidade na carga tributária e promover uma sociedade mais justa e equitativa, gerando uma fonte significativa de receita que poderá ser direcionada para financiar programas sociais importantes, como educação, saúde, assistência social e habilitação. Isso ajudaria a garantir que todos tenham acesso a serviços essenciais, reduzindo as disparidades econômicas.