Praticamente sem qualquer função relevante dentro do governo Bolsonaro, o general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, se sente isolado e, portanto, humilhado no cargo.
Em entrevista, ao Jornal Estado de São Paulo, Mourão disse que sequer sabe o que se discute no Palácio do Planalto.
E foi mais além em um desabafo: – É muito chato o presidente fazer uma reunião com os ministros e deixar seu vice-presidente de fora.
Mourão, enquanto general do Exército Brasileiro, se sente enquadrado pelo Capitão. E revela: – Isso não é bom para a sociedade.
Em seu lamento, o vice-presidente destaca que a situação é mesmo esdrúxula, uma vez que “eventualmente, eu tenho que substituir o presidente e, se não sei o que está acontecendo, como vou substituir? Não há condições.”
Mourão é considerado um “ninguém” no palácio, para Bolsonaro e os filhos que governam o País. E fez sua queixa lembrando que, em uma vídeo conferência com as lideranças do Planalto se ofereceu para chefiar a delegação brasileira nas cúpulas do Clima e da Biodiversidade da ONU. Mas, como resposta, teve apenas um profundo silêncio do Presidente da República e nada mais.
Mas, para a pregação militarista feita por Bolsonaro no País, Mourão diz que a luz amarela acendeu dentro das Forças Armadas. Segundo ele os próprios comandantes entendem que eles têm de abrir os braços, estabelecer uma barreira e dizer:
-Olha, é daqui para trás. Daqui para a frente ninguém pode ultrapassar.
E aí quem quiser que analise: um recado ou um enigma?
Agora que Mourão é um pote “até aqui de mágoas”, isso é.