Estamos vivendo um inverno político que gerou, possivelmente, o pior parlamento dos últimos 20 anos no Estado brasileiro.
As representações de Câmara e do Senado, salvo pequenas proporções, estão pouco se lixando para os interesses da coletividade. A maioria quer se dar bem.
E se dar bem significa poder à base de tudo. Preferencialmente com dinheiro na cueca ou enfiado na bunda. Não importa.
Mas, é bom que se diga, essas representações que receberam mandatos nas duas casas são a cara da sociedade brasileira de então.
Houve um tempo em que o parlamentar falgrado na picaretagem, no crime ou na falta de decoro era levado à Comissão de Ética e lá mesmo perdia o mandato.
Hoje, Câmara e Senado praticamente não têm Comissão de Ética. Existe na forma e não nas ações.
Tanto é assim que o ex-vice-líder do governo no Senado – lembram dele! – senador licenciado Chico Rodrigues (DEM-RR) estará de volta ao mandato em 17 de fevereiro, como o mais inocente dos cidadãos brasileiros.
Pra refrescar a memória: O senador Chico Rodrigues é aquele que em meados de outubro do ano passado foi flagrado numa operação da Polícia Federal com dinheiro entre as nádegas.
A operação da PF investigava fraudes na aplicação de recursos para combater a pandemia do covid-19. Ele, então, era vice-líder do governo Bolsonaro no Senado e foi acusado de desviar recursos da saúde pública. Enfiado na nádegas, ele tinha R$ 30 mil.
Na época, o volume de recursos desviados, conforme o que foi divulgado pela PF, era de R$ 20 milhões.
Mas, o “candido” senador estará de volta. Para a honra e glória da “nova política” brasileira.
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