Atraídos pela beleza das praias urbanas de Maceió, muita gente que opta por caminhar na areia acaba tendo um choque de realidade ao se deparar com as famigeradas ‘línguas’ de esgoto que escorrem a céu aberto, em direção ao mar. A cena, que se repete em vários trechos, é tão contrastante com o belo da paisagem, quanto o esforço de jangadeiros da Pajuçara em tentar convencer turistas de que é água limpa, aquele líquido escuro que sai das tubulações imundas e escorre para o mar, manchando a reputação das nossas belas praias. Constrangedor.
SALGADINHO
E por falar em esgoto, até quando vamos conviver com a inércia do Poder Público em relação a um dos mais antigos e mais graves problemas ambientais que afetam a nossa cidade, traduzido nas sujas e fétidas águas que o Riacho Salgadinho arrasta para o mar? Mote de inúmeros e inflamados discursos e performances políticas, sobretudo nas campanhas eleitorais; fundamento de inúmeros projetos, muitos deles desenhados em custos de quilômetros de saneamento, o problema persiste há décadas. Entra governo, sai governo, e a mancha que corta, como um mar morto, uma parte da cidade, para desaguar na Praia da Avenida, continua lá, bem na passagem de quem cruza a cidade entre o litoral Sul e o litoral Norte de Maceió. Um cartão postal capaz de desanimar qualquer turista em rota de chegada. Degradante.
APESAR DE TUDO
Com tudo isso, e apesar de tudo, é incontestável reconhecer que a natureza escolheu Maceió como o cenário ideal para embalar o descanso e a tranquilidade, com uma orla maravilhosa, adornada pela beleza de praias como a Pajuçara, onde jangadeiros aguardam para um passeio inesquecível pelas piscinas naturais. A foto (registro nosso) comprova. A natureza está certa. É assim.