9 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Lira e Pacheco reagem contra isenção de IR até 5 salários mínimos e mercado dispara dólar

Pela primeira vez na história, o mercado financeiro aumenta o dólar para R$ 6,10

A revolta do mercado financeiro com as medidas fiscais do governo levou ao aumento do dólar para R$ 6,10 pela primeira vez na história, nesta sexta-feira, 29.

A escalada do dólar começou já na abertura do mercado. A divisa superou o nível dos R$ 6,00 ainda nos primeiros minutos de negociação e, em pouco mais de uma hora de pregão, furou o teto de R$ 6,10, registrando máxima a R$ 6,1155.

Neste contexto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP) disse que  toda medida de corte de gastos contará com “todo esforço, celeridade e boa vontade da Casa”. No entanto, ele se queixou da proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Para ele se trata de renúncia de receita e por isso a questão só será analisada na Câmara em 2025.

Em seguida, foi a vez de o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pôr o time em campo. Em nota, Pacheco afirmou que a isenção de IR “não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições para isso”. Se essas condições não estiveram presentes, “não vai acontecer”, alertou Pacheco.

Já o  economista André Galhardo, consultor da Remessa Online, destacou que a reação do mercado ao pacote de gastos “foi desproporcional”. Ele acredita que a volatilidade pode diminuir conforme as medidas anunciadas pelo governo sejam assimiladas.

“Em algum momento devemos observar um ajuste. A cotação deve ceder ou pelo menos voltar a ser menos volátil. Contudo, imaginar uma recuperação sólida da moeda brasileira ao longo dos próximos meses é um desafio”, afirma Galhardo, lembrando que há fatores externos, como o retorno de Donald Trump à Casa Branca, que devem limitar o fôlego do real.