14 de outubro de 2024Informação, independência e credibilidade
Cotidiano

Lira nega privatização de praias e ambientalistas sustentam denúncia

Presidente da Câmara diz que há narrativa falsa, após revelação de matéria ter sido aprovada na Câmara em 2022

Lira que diz que privatização de praias não tem “narrativa verdadeira”.

Aprovada na Câmara dos Deputados em 2022, durante o governo de Jair Bolsonaro, a PEC/03, que trata dos terrenos de marinha no litoral brasileiro, não tem nada a ver com privatização das praias, segundo o presidente, Arthur Lira (PP-AL).

Disse ele que “não estamos discutindo privatização de praias. Enquanto o Brasil e a tratativa das matérias legislativas forem feitas dessa maneira, corremos sérios riscos de estar votando discussões que não condizem com a verdade”, afirmou Lira.

O presidente da Câmara declarou que muitas cidades brasileiras são consideradas terrenos de Marinha.

“Ninguém vai destruir Florianópolis, mudar Balneário, Recife, Vitória. Essas cidades, quase 100%, são terrenos de marinha. Os proprietários pagam laudêmio. Isso precisa ser regularizado”, disse ele.

Como é

Atualmente, a legislação permite que empresas e pessoas físicas usem os terrenos de marinha, mediante pagamentos de taxas como foro, taxa de ocupação, além do Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU).

Se aprovada, a PEC permitirá que essas áreas ocupadas fiquem sob domínio de pessoas físicas ou jurídicas (mediante pagamento) ou de estados e municípios (gratuitamente).

Consequência

Para ambientalistas, especialistas e entidades ambientais se aprovada, a proposta abrirá brecha para que empresas e demais proprietários de territórios de marinha privatizem o acesso às praias. Principalmente por que os exemplos já são muitos em várias partes do litoral do Brasil, incluindo Angra dos Reis e suas praias no Sudoeste do Rio de Janeiro, bem como áreas de preservação invadidas no litoral do Nordeste brasileiro.