23 de março de 2025Informação, independência e credibilidade
Política

Lula diz que Bolsonaro foi “praga de gafanhatos” e fala nos desafios para 2025

Presidente que não quer ‘aumento’ de impostos e diz que vai avaliar mudanças da Câmara

Após a série de cirurgias que realizou para interromper a hemorragia craniana provocada por um acidente doméstico, o presidente Lula concedeu uma série de entrevistas, afirmou estar disposto e que está pronto para os desafios de 2025.

Isso sem se esquecer dos estragos provocados pelo Governo Jair Bolsonaro. Em encontro com agricultores e cooperativistas em São Paulo, o presidente disse que Bolsonaro provocou uma praga de gafanhotos que destruiu tudo.

“Esse país hoje está pior do que estava em 2003. Vocês sabem o que aconteceu. É como se tivesse passado uma praga de gafanhoto e destruído tudo que a gente tinha construído na área social. Significa que a gente vai ter que reconstruir tudo, inclusive estabelecer uma nova relação entre as instituições brasileiras, recuperar uma relação entre os estados, municípios e o governo federal, porque foi tudo desmontado. Não é possível que esse país tenha retrocedido tanto.”

Até o final de dezembro, ele afirmou que quer fazer uma reunião com os ministros do governo e que avalia a possibilidade de participar do Natal dos Catadores, em São Paulo. Já para o ano seguinte, em março, Lula se programa para uma viagem ao Japão.

“Quando eu chegar em março , eu já tô totalmente curado. O que eles têm alguma preocupação é nos próximos 45 a 60 dias, até fechar os furos que eles fizeram”.

2025

Já em entrevista ao Fantástico, Lula afirmou seu governo não “quer aumento de tributos” com a reforma tributária, em discussão no Congresso.

E afirmou que sua equipe econômica trabalhará para analisar as futuras mudanças feitas pela Câmara dos Deputados no texto do principal projeto de regulamentação da reforma.

A proposta, que cria regras para a cobrança de três novos impostos sobre consumo, foi aprovada pelo Senado na última semana. O projeto voltará ao debate na Câmara nesta segunda. São os deputados que terão a palavra final, antes de encaminhar o texto à sanção de Lula.

“Nós não queremos fazer uma reforma para aumentar tributo nesse país. Nós achamos que, se o Brasil arrecadar corretamente os tributos já estabelecidos por Lei o Brasil, vai ter arrecadação suficiente para cuidar desse país. Não é preciso aumentar tributo”.

Na entrevista, o presidente disse que, assim que retornar ao trabalho, conversará com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para avaliar o projeto aprovado pelo Congresso.

“Essa proposta aprovada no Senado vai voltar para a Câmara, porque já tinha sido aprovada na Câmara. Então, vamos ver, quando eu voltar a partir de quinta-feira, vou conversar com as pessoas, vou conversar com o Haddad, possivelmente em casa esta semana, e vou ver o que a gente pode fazer. O que a gente não quer é aumento de tributos”.

A reforma tributária prevê um novo regime de cobrança de impostos, que será completamente implementado em 2033.Cinco tributos — ICMS, ISS, IPI, PIS e Cofins — vão ser unificados em um Imposto sobre Valor Agregado, dividido na Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Mudanças

O texto, que já havia contemplado uma série de benefícios na Câmara, recebeu ainda mais exceções no Senado.Com isso, a alíquota-padrão do novo IVA — que será cobrada sobre todos os produtos e serviços que não estão em regimes diferenciados — poderá superar uma estimativa inicial do Ministério da Fazenda.

Em agosto, após mudanças aprovadas pela Câmara, a pasta projetou que este patamar seria de 27,97% — acima dos 26,5% estimados inicialmente.

O patamar global de 26,5% garante, na avaliação de técnicos do Ministério da Fazenda e do Congresso, a neutralidade da carga tributária. Isto é, não haveria aumento do peso atual dos cinco impostos que serão extintos.