O ex-presidente Lula saiu há duas semanas da carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, e com ele o PT já discute alianças para as eleições municipais de 2020 e a oposição ao governo Jair Bolsonaro. Tudo em seu 7º Congresso Nacional, em São Paulo, entre esta sexta (22) e domingo (24).
O discurso de Lula, no entanto, será feito na Casa de Portugal, que abrigará os três dias de congresso e o partido informou que a previsão de chuva impossibilitou o evento ao ar livre.
A nota afirma que o evento fechado, restrito a delegados e convidados, contraria a vontade de Lula, ao contrário do evento fechado no Aliança pelo Brasil, de Bolsonaro. Mas a nota fala será transmitida em telão para membros do partido reunidos no Sindicato dos Bancários.
Na reunião do diretório nacional do PT, na quinta (21), também em São Paulo, o domínio da pauta foram as candidaturas municipais. A reunião com as presenças de Lula, da ex-presidente Dilma Rousseff e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que deve ser reeleita no congresso para novo mandato de dois anos.
Na oportunidade, Lula enfatizou a necessidade de que o partido tenha candidaturas próprias no maior número de cidades e lance seus melhores quadros. A estratégia de Lula é usar as campanhas petistas e o tempo de TV em 2020 para fazer uma defesa do partido, do seu legado e dele próprio em meio aos processos da Lava Jato.
A orientação, porém, esbarra em alianças que já vinham sendo costuradas, de apoio a Marcelo Freixo (PSOL) no Rio e a Manuela D’Ávila (PC do B) em Porto Alegre.
Impeachment não é caminho
A forma de organizar a oposição ao governo federal também será tema do congresso. Ao final, o PT apresenta uma resolução que guia os rumos do partido. O documento terá como base a tese defendida pela corrente majoritária do PT, a CNB (Construindo um Novo Brasil).
Líderes da corrente dizem que pedir impeachment será palavra vazia, pois não há crime de responsabilidade nem mobilização social ou maioria parlamentar para dar sustentação a isso. Lula já chegou a dizer não ver crime de responsabilidade provado no atual governo.
Gleisi afirmou que as prioridades do partido serão “fazer a mais firme oposição ao governo Bolsonaro, que está destruindo o país; apresentar propostas para superar a grave crise que faz o povo sofrer e fortalecer o partido nas eleições municipais”.