25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Governo

Mão de obra carcerária transforma escolas públicas de Alagoas

Obras de reforma já foram realizadas em mais de 80 escolas, em diversos municípios

Reeducandos atuam na recuperação de escolas do Estado, após parceria entre as secretarias

Ser agente transformador de uma realidade e ainda assim contribuir para a melhoria da estrutura da educação. É dessa forma que os presos do sistema prisional de Alagoas  viraram parte importante de um novo capítulo, nesse caso o Projeto Renovar para Educar.

A Tenente PM Jackeline Leandro, chefe do setor de Reintegração Social da SERIS (Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social de Alagoas), lembra que o projeto nasceu de uma parceria.

“É uma parceria que os dois secretários fecharam, da SERIS e da Seduc, que já vai fazer um ano e que é o seguinte: a mão de obra carcerária entra nas escolas para fazer reformas. Que tipo de reforma? Capinação, sanitização, poda de árvores, pintura da fachada. Então nessa parceria a Seduc contratou mais 50 reeducandos, junto com outros trinta que já estavam”, explica Jackeline Leandro.

A chefe do setor de Reintegração Social da SERIS lembra que trabalhos de reforma já foram executados em São Miguel dos Campos, Maragogi, Japaratinga, Arapiraca, Porto Calvo e, em Maceió, contemplada com mais de 85 escolas, na parte alta e baixa da cidade.

“Como os diretores [das escolas] recebem um valor financeiro para a escola pela Seduc, fica a critério deles a compra do material. Tem engenheiro contratado pelo secretário [de Educação], que faz levantamento de tudo e em seguida nós entramos com a mão de obra”, acrescenta tenente Jackeline.

A chefe do setor de Reintegração Social reforça que há cerca de um mês a SERIS fechou uma nova parceria para a mudança das carteiras escolares das escolas públicas. “O que é interessante desse projeto? É que realmente a gente consegue fazer com que escolas que aparentam abandono sejam revitalizadas. É bom para escola porque tem uma mão de obra com que pode contar; tem o favorecimento da sociedade, que vai ter a sua escola limpa e organizada para atender suas crianças, e, também, para o próprio gestor escolar”, reforça.

Tenente Jackeline destaca que é gratificante ver os alunos chegando à escola e percebendo as mudanças implementadas. “Muito bom ver os alunos observando como a escola melhorou. Para o preso também é bom. É reintegração, porque além de oferecer saúde como a gente já estava fazendo e oferecer cursos, a gente também está com essas vertentes”, finaliza.

Texto: Regina Carvalho