A eleição do governador Paulo Dantas (MDB) para o mandato-tampão em Alagoas deu ainda maior relevância e evidência ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelo Victor (MDB), principal fiador da candidatura do hoje líder do Executivo Estadual.
Victor foi o responsável direto pelo planejamento, a articulação e execução do projeto de fazer Dantas o governador. E atuou em meio a um tiroteio de conhecidos atores políticos que há anos se digladiam pela hegemonia política no Estado.
O resultado da eleição da chapa Paulo Dantas-José Wanderley foi uma real demonstração de força do líder do legislativo alagoano, devidamente consolidada no peso do resultado da votação.
À sessão para escolher os governantes contou com as presenças de 25 parlamentares, dos 27 eleitos. A chapa vencedora teve 21 votos. Antes, as informações eram de que deveria ter entre 15 ou 16 votos. Essa adesão não foi pela barba discreta, nem pelo sorriso de Dantas.
Marcelo Victor fez o que a maioria dos políticos não gosta, que é trabalhar em silêncio. Obviamente, engoliu sapos, rompeu antigas alianças e criou novas para fazer valer suas estratégias de consolidar um projeto vitorioso. O silêncio foi para ele uma arma.
Se antes ninguém colocava em dúvida sua capacidade de articulação, depois dessa odisseia política será dele a maior influência dentro do governo pelo protagonismo que construiu.
Ser o governo tampão neste momento é a primeira parte do projeto de Victor. Paulo Dantas é candidato a reeleição nas eleições de outubro vindouro. Terá para isso uma legião de parlamentares aliados e a força da máquina para impulsionar sua candidatura.
Se vencer a guerra eleitoral na segunda parte é claro que não será uma vitória exclusivamente sua, mas também de um grupo recheado de caciques políticos, como todos os outros que estão na disputa.
Mas, ninguém vai tirar do deputado Marcelo Victor o protagonismo desse projeto.