27 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Mentiras de Bolsonaro, padre laranja e direitos de resposta: o debate na Globo

Presidente fugiu de Lula oportunidade que teve para questionar Lula

No último debate antes das eleições, os candidatos à presidente tiveram oportunidade de trocar ideias e apresentar propostas de governo aos eleitores.

Mas o que o telespectador viu foi muito bate-boca, necessidade de pedidos de resposta, mentiras e até mesmo o uso de um candidato laranja – o Padre Kelmon (PTB), por parte de Jair Bolsonaro.

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) trocaram acusações e brigaram por direitos de resposta no último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno.

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Os dois, no entanto, não tiveram confronto direto durante as perguntas e respostas. Pelas regras do debate, cada candidato só pode responder um adversário por bloco. Como Bolsonaro usou o padre, Lula não teve chances de perguntar ao rival. E em sua única oportunidade, Jair fugiu de Lula.

Outros quatro candidatos participaram do programa promovido pela TV Globo: Ciro Gomes (PDT), Luiz Felipe D’Ávila (Novo), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Além deles, estava William Bonner, que pediu calma e deu broncas nos candidatos que não respeitaram as regras – em especial o padre. No total, foram dez direitos de respostas. Bolsonaro e Lula tiveram quatro, cada um; Kelmon e Soraya, um, cada um.

Momentos

As esperadas frases de efeito aconteceram. O padre Kelmon, levantando a bola para Bolsonaro, afirmou que ambos eram os únicos candidatos de direita. Lula o chamou de candidato laranja e Soraya o chamou de “padre de festa junina”.

Evitando combates, Luiz Felipe D’Ávila foi o mais apagado. Ciro, chamado de nervoso por Lula, foi outro sem brilho. Soraya estava se destacando até o último bloco, quando resolveu chamar Bolsonaro ao invés de Lula, fugiu do tema e foi destruída na réplica, murchando completamente.

Simone Tebet teve papel de maior destaque, desde o início de sua participação. Bolsonaro resolveu perguntar para ela sobre o assassinato do prefeito Celso Daniel, acusando Lula de ser mandante do crime. Tebet não caiu na jogada e criticou a pergunta inapropriada.

Este foi o início de uma série de pedidos de resposta. Lula pediu respeito e menos mentiras, Bolsonaro chamou o petista de presidiário e traidor da pátria. As câmeras inclusive evitaram mostrar um bate-boca generalizado depois que o padre insistiu em não se calar durante resposta de Lula.

Curiosamente, apesar de tanto coragem, com tema livre e podendo escolher Lula para perguntar, Bolsonaro perguntou “qual sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?” ao candidato do Novo. Jair aproveitava para dizer que não havia casos de corrupção no seu governo e assumia para si leis do Congresso – até mesmo as que ele vetou.

Audiência

A Globo alcançou ótima audiência com o debate, registrando média de 24,3 entre 22h30 e 1h49. No melhor momento, o programa alcançou 34,7 pontos. A Record ficou em segundo lugar no horário, com 4,5 pontos, seguido de SBT, 3,6 e Band, com 1,2.