25 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Ministro da saúde diz que vai passear no tribunal de Haia com Bolsonaro

Bolsonaro foi denunciado ao tribunal pela CPI da Covid por crime contra a humanidade

Queiroga zomba da denúncia contra Bolsonaro em Haia

Durante a cúpula do G20 em Roma, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse em tom de deboche ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, que vai “passear em Haia” com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A declaração do ministro foi feita logo após Bolsonaro afirmar ser o “único chefe de Estado no mundo investigado, acusado de genocida”. Em seguida, o presidente emendou: “É a política”.

Dando gargalhadas, Queiroga completou: “Eu também. Vou com ele para Haia. Passear lá em Haia”.

A cidade holandesa citada pelo ministro é sede do Tribunal Penal Internacional, possível destino de denúncias formuladas pela CPI da Covid. O órgão do Senado recomendou na última terça-feira (26) que o presidente brasileiro seja indiciado por epidemia com resultado morte e crime contra a humanidade, dentre outros crimes, mas descartou uma acusação de genocídio contra indígenas.

As declarações integram um vídeo postado nas redes sociais, em que Bolsonaro e Queiroga aparecem sentados ao lado de Ghebreyesus e auxiliares. Segundo o Planalto informou no Twitter, a conversa informal ocorreu no domingo durante a cúpula do G20, em Roma.

Em outro vídeo da mesma conversa, Bolsonaro pergunta ao diretor da OMS, aos risos. “Qual é a origem do vírus?”. Ghebreyesus responde: “Ainda estamos estudando”.

A Covid foi identificada pela primeira vez em Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Quase dois anos após o início da pandemia de Covid, a comunidade científica ainda se debruça sobre a origem do coronavírus Sars-CoV-2, o causador da doença.