Ministros do STF criticaram o presidente Jair Bolsonaro de forma anônima para a colunista Mônica Bergamo. Entre os e magistrados de tribunais de Brasília, o entendimento pe de que o silêncio do presidente sobre a vitória de Lula (PT) estimula protestos contra as eleições
Estamos lidando com um moleque”, disse à coluna um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), referindo-se a Bolsonaro. Um outro integrante de tribunal de Brasília afirma que “a democracia pressupõe que você lide com gente que tem consciência de sua responsabilidade”, o que não seria o caso de Bolsonaro.
Até mesmo magistrados os alinhados com o presidente da República mostram preocupação. Um deles disse à coluna que Bolsonaro, “pelo seu jeito de ser”, conseguiu “uma rejeição maior que a do PT” e que é preciso pacificar o país, sem “radicalização de nenhum dos lados”.
Caminhoneiros que apoiam Bolsonaro promoveram mais de 200 bloqueios em estradas em diversas regiões, e cerca de 50 apoiadores conseguiram interditar inclusive o aeroporto de Guarulhos.
Outras avenidas de São Paulo também estão bloqueadas. Em Alagoas, este é o caso da Avenida Fernandes Lima, a mais importante da capital Maceió. O número de pessoas envolvidas nestes protestos é pequeno, mas suficiente para levar o país a uma situação de tensão.
Sem encontro
Com isso, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram não se encontrar com o presidente por falta de consenso. Bolsonaro então acionou auxiliares para telefonarem para os magistrados. E disse que dois deles, Kassio Nunes e André Mendonça, já tinham concordado em ir ao Palácio do Planalto.
Depois de uma troca de telefonemas, os demais decidiram não aceitar por enquanto o encontro.
Há a suspeita, entre alguns deles, que Bolsonaro pode chantagea-lós, exigindo promessa de anistia em inquéritos para só então admitir a derrota nas urnas para Lula (PT) —esvaziando arruaças de seus apoiadores que bloqueiam estradas no país. Um encontro só seria viável depois que Bolsonaro admitir a derrota.