A monstruosidade tomou conta desses tempos e a sociedade passou a banalizar tudo, inclusive a morte, por que ninguém está preocupado com os interesses da coletividade. Apenas com o seu próprio eu.
Morrem 600 mil brasileiros que foram atacados por um vírus – e muito mais – e grande parte das pessoas não demonstram nem um tipo de sentimento com o fato, tal como uma boiada no pasto, alheia ao redor.
Mas, para que não fiquemos falando de virus, Covid, ou qualquer coisa assim, vamos de Uber. A invenção empreendedora do mercado neoliberal para jovens desempregados. Ou o novo emprego para os jovens, depois da falada, votada – e pouco assimilada pela maioria – reforma trabalhista.
E Uber, aqui em Maceió, também nos remete a monstruosidade. É isso.
Um jovem desse aplicativo, Ben Donson, morreu nesta sexta-feira, 8, no Hospital Geral do Estado, após sofrer espancamento em pleno centro de Maceió.
Um crime com uma cadeia de responsáveis, os quais vão tentar se livrar dela, se é que é que serão devidamente processados.
A história. Em plena Rua Augusta, no centro comercial, infestada de lado a lado por feirantes, o “empreendedor” do Uber atropelou um vendedor, na quinta-feira, 7, e logo foi arrancado do carro e barbaramente surrado.
Os agressores se sentiram à vontade, no País do ódio e da intolerância, para fazer “justiça” com as próprias mãos. Monstruoso.
Mais lamentável foi a condução do caso no âmbito das autoridades. Um show de trapalhadas. Pior ainda o atendimento no hospital de emergência do Estado. Senão uma aberração, um descaso.
O rapaz entra é atendido, sem exames mais detalhados, depois liberado e levado a uma delegacia para prestar depoimento.
O jovem em seguida tem convulsões e volta ao hospital para morrer em uma UTI.
Sente a família, por que o resto da nossa gente está no deixa a vida me levar e o resto “é pátria amada, Jesus”.
O fato desses tempos de monstruosidade, falta de empatia, gente sem solidariedade com os semelhantes e muita irresponsabilidade é que isso tem se tornado uma regra na sociedade atual, onde a ignorância é o bem maior.
Monstruosidade remete ao disforme do caráter, ao violar as normas, códigos, regras, os preceitos da civilidade e da urbanidade.
O bigode da matéria também serve para descrever o atual presidente