Kel Ferretti, preso neste mês por crime de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line, foi denunciado no Ministério Público por uma mulher que o acusa de estupro.
Segundo a denúncia, em junho deste ano, o influenciador teria agredido ela após relação sexual, em uma pousada no bairro da Cruz das Almas, em Maceió.
A vítima tem sua identidade preservada e aponta que durante o ato sexual ocorreram socos, tapas, estrangulamento e choro. Ela tentou sair desta situação, mas foi impedida.
Ela o conheceu atrás de um grupo de apostas online do “jogo do tigrinho”. Ele oferecia dinheiro para quem entrasse e realizasse o cadastro na plataforma divulgada.
A mulher relata que quando entrou no grupo, Kel a chamou no privado, pediu os dados bancários e deu o dobro do dinheiro prometido. Como ela precisava de auxílio financeiro, ele realizava doações frequentes no valor de R$ 100,00.
Os valores foram aumentando, ele subiu o tom da conversa, pedindo fotos e vídeos dela sem roupa. Ela afirmou que não era garota de programa, mas o material foi enviado.
Durante os diálogos, ele chegou a perguntar se ela gostava de “levar tapas”. Segundo a denunciante, ela chegou a responder que sim, mas “para agradá-lo” e que imaginava que seriam tapas leves.
Eles então marcaram um encontro no dia 16 de junho, em uma pousada, no bairro da Cruz das Almas, onde o suposto autor mostrou ter familiaridade com o local.
Lá, Kel demonstrou não querer conversa e de forma agressiva passou a beijá-la. Em outro momento da relação, ela diz que ele começou a dar socos na costela e no quadril dela, além de ter dado tapas fortes e golpes de mão fechada.
A mulher diz que ficou em choque com a violência do suspeito, que se contorcia de dor e que tentou se afastar dele. Nesse momento, ela chorou compulsivamente, mas ele não parou o ato.
Confira trecho da delação dela no MPAL:
A vítima, então, fez uma compressa com uma toalha, colocando gelo, e a colocou no rosto numa tentativa de diminuir a dor que sentia. Neste momento, o denunciado afirmou que “tinha durado pouco” e que “se tivesse bebido e usado ‘loló’, ele teria ‘durado’ umas 3 horas”, tendo a vítima entendido que, se assim fosse, o denunciado teria batido nela nas condições descritas por estas mesmas 3 horas.
Na sequência, o denunciado foi até o banheiro, e, no retorno, aproximou- se da vítima, pedindo para que esta soltasse a toalha com gelo, pois assim iria molhar a cama. Ato contínuo, passou a morder os seios da vítima com força, ao que a vítima informou que estava doendo, tendo o denunciado afirmado que iria “arrancar os peitos” dela daquela maneira, tendo mordido com ainda mais força. Após, o denunciado pediu para que a vítima ficasse na posição de quatro apoios, tendo penetrado sua vagina e puxado os cabelos da vítima com força, além de desferir tapas e socos nas nádegas da referida
Em seguida, o denunciado deitou a vítima de costas na cama e, segurando suas pernas para o alto, penetrou novamente na vagina da vítima, tendo dado tapas no rosto da referida, ao que a vítima se encolheu, colocando a mão no rosto que já estava bastante machucado e não aguentava mais receber golpes, tendo o denunciado afirmado “mas você gosta de apanhar” e dado mais dois tapas no rosto da vítima, além de ter segurado o pescoço da referida, estrangulando-a. Neste meio tempo, a vítima, que imaginava que iria morrer e tendo a sensação de que iria desmaiar, ficou desesperada, até que o denunciado soltou o pescoço e continuou penetrando até ejacular, novamente, fora da vítima. Durante todo este ínterim, a vítima tentava se desvincilhar do denunciado, porém este segurava suas pernas.
Quando o encontro terminou e ela saiu, ela chorou no banheiro. Envergonhada de contar o que aconteceu aos familiares, relatou para dois amigos que a encorajaram a procurar ajuda na Sala Lilás da Polícia, espaço da polícia civil para acolher mulheres vítimas de violência.
Ela também foi até o Hospital da Mulher, para realizar exames e constatar as agressões. Ela apresentava diversos hematomas no corpo e mandou fotos para o suspeito mostrando como tinha ficado após as cenas de violência, porém ele disse que era policial e que “já tinha batido em muito bandido”.
Em um print divulgado no processo, a vítima chegou a dizer para o Kel que tinha sido machucada, e kel respondeu “vamos marcar de novo amor, dessa vez sexo sem tapas”.
Dois meses, ela relata em uma conversa com uma agente da Delegacia da Mulher desgaste emocional e que tinha visto uma reportagem sobre abuso e só chorava.
O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL) então ofereceu denúncia contra o influenciador Kel Ferreti por crime de estupro contra a mulher em junho deste ano. Sua defesa ainda não se pronunciou.