De repente as áreas de tabuleiros da cana de açúcar de Alagoas passaram a ceder espaço para o eucalipto. A nova produção agrícola em uma terra que era dominada pela monocultura da cana de açúcar é sinal de que os tempos são outros para o setor que ao dos séculos se forjou como o grande poderio da economia alagoana.
Entristecidos com a crise da cana de açúcar no Estado, os plantadores de cana estão deixando de lado o plantio e passaram a diversificar seus negócios. Muitos descobriram no eucalipto uma válvula de escape, em função dos custos de produção serem bem menores do que a cana que requer todo um tratamento especial para assegurar bons resultados. Mas, com o setor sucroalcooleiro em crise não há tratamento especial que resista.
De acordo com dados do Senar para se iniciar um plantio de eucalipto em propriedade rural, o investimento gira em torno de R$ 5 mil por hectare. A primeira extração de madeira pode ser feita entre o quinto e sétimo ano e cobre as despesas do valor desembolsado. A partir da próxima retirada, normalmente no 10º ano, o lucro gira em torno de R$ 2,5 mil por hectare.
No Estado do Mato Grosso, que ampliou sua área de plantação de eucalipto 457% em apenas seis anos, produtores já consideram que o plantio da árvore é duas vezes mais rentável do que a pecuária, por exemplo, e o produtor pode recorrer a programas de incentivo à atividade, o que o deixa mais próximo do comércio com empresas florestais pelo País afora.
Para os grandes produtores esse se torna um bom negócio. Já os pequenos produtores estão utilizando suas terras para produção do gado de corte e suínos, ambos com melhoramentos genético das raças, o que possibilita um maior rendimento em seus negócios.
Há 25 anos fornecendo cana de suas terras para usinas na região norte, o produtor Cariolano Araújo já aderiu a diversificação de culturas. Além do pasto para o gado, ele tem ampliado sua área com eucalipto e investido fortemente na produção de suínos de qualidade para fornecer a um mercado de consumo que é crescente.