23 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Brasil

Nelson Teich: O novo ministro da Saúde é bolsonarista que defende isolamento social

Ela havia sindo indicado para a pasta antes de Bolsonaro assumir a presidência, mas perdeu vaga para o agora demitido Mandetta

O oncologista Nelson Teich é o novo ministro da Saúde, assumindo a vaga que era de Luiz Mandetta. Ele é um velho conhecido do bolsonarismo, mas que apoia medidas de isolamento social como forma de combater o contágio do novo coronavírus.

Em artigo recente, de 2 de abril, ele chegou a ponderar que o isolamento seria a melhor maneira de lidar com o problema neste momento. Só que sem criticar a defesa do presidente Jair Bolsonaro da ideia de relaxar as restrições em nome da economia.

Antes, ele falava em tratamento holístico à crise na saúde e seus impactos na economia, uma fala que tem sido usada por seus apoiadores para dizer que ele poderia ultrapassar o impasse estabelecido entre Bolsonaro e o ex-ministro em atividade Luiz Henrique Mandetta.

Em novembro de 2018, ele já havia sido cotado para a pasta, tendo deixado com Bolsonaro já eleito um programa para reformular processos na Saúde.

Nesta quinta, esteve com o presidente e foi sondado oficialmente para o cargo. O foco de Bolsonaro é evitar divergências públicas com o novo ministro, ainda que eles mantenham visões diferentes.

Carioca, Teich não é um gestor público, mas é considerado hábil politicamente. Construiu sua carreira em inovação na área da saúde privada. Fundou e presidiu o grupo Clínicas Oncológicas Integradas de 1990 a 2018 —o controle do centro já havia sido passado à Amil em 2015.

Pronunciamento

O oncologista disse hoje, durante pronunciamento ao lado do presidente, que existe um “alinhamento completo” entre ele e Jair Bolsonaro. O médico ainda defendeu que saúde e economia são complementares e não devem competir, declaração que também vai ao encontro do que pensa Bolsonaro.

Teich, porém, não defendeu o fim do isolamento social, política criticada pelo presidente mas tida por órgãos de saúde internacionais como crucial para o combate ao novo coronavírus.