Nos últimos tempos, o que mais se viu no parlamento nacional foram abusos, quebra de decoro, agressões contra mulheres, manifestações de cunho nazista e até manifestações com desejos mórbidos, muito além dos casos doentios. De tudo aconteceu.
Houve parlamentar acusado de matar a namorada; deputada de revólver em punho correndo pela ruas de São Paulo contra um cidadão negro; deputado preso, acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco; parlamentares envolvidos com o desvio de recursos de emendas do orçamento secreto; parlamentares que pregaram o golpe militar no País e pediram a intervenção dos Estados Unidos no Brasil. Enfim, situações em que até a “casa de noca” ficou constrangida, diante da quebra de decoro, falta de ética e postura lesa pátria.
E o que fez mesmo a Câmara dos Deputados nesse tempo todo? Absolutamente nada.
A mais recente postura estúpida e idiotizada foi de um deputado bolsonarista, tosco, chamado Gilvan da Federal (PL). Uma espécie de ser empavonado que vive a vomitar asneiras e agressões em plenário, impunemente.
Recentemente foi relator de um projeto de lei para desarmar os seguranças do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E não apenas deu parecer favorável ao projeto, como ainda declarou em alto e bom som que quer o presidente morto. Imagine…
Enfim, ninguém sofreu punição nenhuma.
Não teve a mesma sorte do deputado do Psol, do Rio de Janeiro, Glauber Braga. Ele brigou com um militante do MBL, uma célula de ativistas de direita, e seu caso foi de imediato para a Comissão de Ética da Câmara.
A comissão julgou e aprovou a cassação do mandato de Glauber. O mais curioso é que o relator do processo, deputado Paulo Magalhães, foi favorável à cassação. Logo ele, um parlamentar que se atracou e agrediu um escritor dentro da Câmara. Não deu em nada.
E por que mesmo querem agora cassar Glauber Braga?
Na verdade, há algo de muito estranho no reinado parlamentar.