29 de setembro de 2024Informação, independência e credibilidade
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No Brasil da hipocrisia, corrupção se combate embaixo do tapete

O Poder encontrou a forma mais fácil de “livrar o Brasil da corrupção”: jogar toda a sujeira para baixo do tapete. Pelo menos, para quem tem QI de pato, é uma medida eficaz e moralizadora.

A transparência é a melhor forma de a sociedade e os órgãos competentes fiscalizarem o governo e apontarem irregularidades, preservando o erário.

No entanto, somos obrigados a dormir com um barulho desses: o Banco Central quer afrouxar as regras para as instituições bancárias monitorarem familiares de políticos e notificar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Bem no momento em que pipocam escândalos envolvendo o nome do filho do atual presidente, é subestimar a inteligência do cidadão. A intenção repercute mal entre membros do Judiciário e da Polícia Federal, pois é justamente “em nome da família” que os homens da moral e dos bons costumes da política agem com as piores intenções.

A nova proposta do também retira a linha de corte de R$ 10 mil para comunicações obrigatórias das instituições financeiras ao Coaf, segundo matéria da Folha de S. Paulo.

Outra notícia do dia: mudança na Lei de Acesso à Informação permite a servidores comissionados classificar dados do governo federal como informações ultrassecretas. Com, isso, estabelece-se sigilo de 25 anos para sua divulgação.

O ato foi publicado na edição do Diário Oficial da União desta quinta-feira, 24.

Nada mal para um governo eleito com o discurso de que iria acabar com a corrupção e que reflete bem a hipocrisia nacional.

Parabéns a quem optou pelo autoritarismo e para quem se omitiu votando branco ou nulo diante de uma ameaça real.

O discurso do (des)governo, traduzido por uma amiga, é bem claro: “Quando é o meu filho é o meu ‘garoto’. Quando é o filho dos outros é ‘vagabundo’.

O mundo, em especial o Brasil, jaz no Maligno.