O novo ministro do Trabalho, Caio Luiz de Almeida, indicado pelo presidente Michel Temer, é sócio da esposa do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Guiomar Feitosa Lima Mendes, e atua em um dos mais poderosos escritório de advocacia do país, de Sérgio Bermudes.
O escritório abriga cerca de 80 advogados, é especializado em 16 áreas do Direito e tem na carta de clientes empresas como Sete Brasil, criada pela Petrobras para atuar no pré-sal, e Odebrecht, ambas enredadas na Operação Lava Jato. Vale, Bradesco, Citibank, Ambev, além de figuras como o ex-bilionário Eike Batista, também constam na carta de clientes do escritório.
Mas, o dono do escritório, Sérgio Bermudes disse não ver problemas em um homem acostumado a defender o interesse de grandes empresários passar a chefiar o ministério que, em tese, deve promover políticas públicas voltadas ao trabalhador. Ele lembra que, durante a gestão no Ministério do Trabalho, Caio Luiz não poderá atuar como advogado, por imposição do estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Qual o problema em ele ser o ministro do Trabalho? Nenhum problema. Ele não é advogado de empresas poderosíssimas. Ele é advogado de um escritório que tem empresas [entre os clientes], que tem pessoas físicas, pobres e ricos. É um escritório que se notabilizou pela defesa dos direitos humanos durante a ditadura. Não se pode dizer que seja um escritório de ricos, nem de pobres. Tem causas de todas as pessoas”, declarou o advogado, para quem Temer “acertou” na escolha.
“O mandato é curto, mas ele vai desempenhá-lo com brilhantismo.
Corrupção – Caio Luiz substitui a Helton Youmura – ex-ministro que, segundo a Polícia Federal, é “testa de ferro” do PTB. Youmura se envolveu em uma rede de corrupção dentro do ministério, que envolve a negociação de cartas sindicais indicadas pelo PTB.