O dinheiro é quem move tudo. E se o dinheiro é público e você não precisa dar satisfações a ninguém de como gastou é bem melhor ainda, para quem controla, manipula ou se abastece.
Agora imagine deputados e senadores da República movimentando uma “besteirinha” de R$ 186,3 bilhões.?
Pois foi exatamente isso que aconteceu de 2019 a 2024 no Brasil com a liberação das emendas impositivas para parlamentares. E são impositivas exatamente por que as lideranças do Congresso instituíram o mecanismo para obrigar o Executivo a liberar o dinheiro. Ou libera, ou cai.
Os valores pagos foram revelados pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, que havia bloqueado o pagamento das emendas deste ano, uma vez que os valores vinham sendo liberados sem transparência alguma.
Esta semana o ministro autorizou a liberação das emendas bloqueadas, diante da choradeira dos parlamentares, mas exigindo que regras sejam cumpridas.
Independentemente das normas a serem instituídas, a dinheirama é farta. As eleições municipais deste ano foram bem abastecidas por malotes nas idas e vindas das campanhas dos candidatos de cada parlamentar.
Isso, por si só, já estabeleceu o viés da desigualdade na competição. Mas, além de tudo, é muito duro ver os senhores da elite nacional atacarem as ações de governo que priorizam políticas públicas para o povo que mais precisa no País, sem no entanto demandarem uma critica sequer aos quase R$ 200 bilhões das emendas parlamentares.
Um fato é claro nisso tudo. São muitos os parlamentares que são investidores, parceiros dos homens do mercado financeiro, acostumados com investimentos “em vacas de ouro” e ao tráfego nas estradas de seus estados à bordo picapes RAM ou de jatinhos que compraram.
Onde tudo isso vai parar? Não se sabe. E talvez nunca se saiba mesmo porque a elite sempre se protege.