13 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
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O tempo passa, o tempo voa e Flávio Bolsonaro se enrola numa boa

Hoje, talvez, só a família ‘acima de tudo’ acredite nele.

O tempo passa, o tempo voa e Flávio Bolsonaro vai se enrolando numa boa. Nesse momento não custa nada  parafrasear a propaganda de uma caderneta de poupança de um dos ícones do mercado financeiro nos anos 90, que fechou depois de ter recebido todas as ajudas do governo brasileiro, via Programa de Estímulo à Reestruturação e Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional.

O banco era o Bamerindus. Faliu. Mas, os donos, a família Andrade Veira, continua riquíssima no Paraná. No mercado financeiro é sempre assim, graças a generosidade dos nossos governantes ao longo da história.

Flávio, filho de Bolsonaro, flagrado no esquema da ALERJ.

Mas, a história aqui é outra. É exatamente o rolo em que o estimado filho de Jair Bolsonaro trouxe para dentro do governo do pai. Trata-se de uma bomba que não apenas compromete a credibilidade do governo, mas que pode chegar exatamente aos travesseiros e colchões macios do Palácio da Alvorada, onde dormem seu Jair e dona Michelle.

É fato. Por que o senador eleito ainda não esclareceu a movimentação financeira (R$ 1,2 milhão) de Fabrício Queiroz, seu assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro? Por uma simples razão: Não há explicação. Ele sabe que é maracutaia da grossa.

Cada vez que o Coaf mexer na história mais vai aparecer. Como já apareceu e está na mídia nacional. Flávio recebeu 48 depósitos de R$ 2.000 cada um entre junho e julho de 2017, totalizando R$ 96.000, segundo relatório elaborado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) a pedido do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro).

O rastro de depósitos fracionados em questão de cinco dias sugere a lavagem de dinheiro. Ou seja, o filho do presidente está enrolado na maracutaia e não sabe como sair.

Para um governo que se elegeu vendendo a ideia de ser contra a corrupção, defensor da moralidade, ética e até Jesus no pé de goiaba, essa história não é azul, nem rosa. É cor de lodo.

O desgaste que o fato já causou deixou inquietos os próprios membros do governo, que agora se omitem de dar opinião exatamente por que sabem como funcionam as coisas no meio. Isto é, que Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz viviam na trama como parceiros de cédulas dos cofres públicos, as quais alimentaram até a conta da primeira dama, segundo o Coaf.

O apressado ministro Lorenzoni tratou de desqualificar a investigação do Ministério Público, os dados do Coaf e passou a acusar a oposição, querendo tratar um caso de absoluta delinquência ética como fato político para prejudicar o governo. Ora, o governo está prejudicado sim, neste caso, mas exatamente por quem não devia ter metido os pés pelas mãos.

Desesperado, Flávio Bolsonaro se ampara no foro privilegiado para não ser mais investigado. Ora direis, logo tu que alardeasse nas redes sociais que era contra esse famigerado foro?

O certo é que hoje nem as almas mais insensatas do bolsonarismo apostam mais na palavra do filho do presidente.

Talvez, só a família acima de tudo.