Na semana passada, a reitoria da Universidade Santo Amaro (Unisa) expulsou 15 estudantes do curso de medicina por terem feito um “punhetaço”, quando cometeram atos obscenos ocorreram durante uma partida de torneio de vôlei feminino.
Agora, a Unisa já admite rever a expulsão dos acusados por atos obscenos e importunação sexual.
Os expulsos, cerca de 20 homens, assistiam uma partida de vôlei feminino com as partes íntimas à mostra e às tocando. Depois aparecem correndo na quadra com as calças abaixadas.
Vale constar que a invasão em quadra aconteceu em abril deste ano, mas as consequências só aconteceram depois que o vídeo viralizou no último domingo (17/9).
Agora, a defesa dos expulsos afirma que eles são apenas “jovens que entram numa faculdade e recebem aquela situação como uma realidade da qual não podem fugir, ouvem dos veteranos que aquilo é uma tradição, uma diversão em que a comunidade acadêmica aceita aquilo, meninas e meninos participam”.
“São jovens”
Segundo a defesa dos marmanjos, não houve espaço para defesa e seus advogados pedem que eles sejam ouvidos. Além disso, querem o “retorno imediato ao curso”, algo imprescindível, pois se eles foram inocentados a perda destas aulas seria irrecuperável.
“Uma punição tem caráter punitivo e pedagógico. A universidade quis passar o recado poderoso, para a sociedade, de que atos vexatórios e anticivilizatórios não serão tolerados”, Marco Aurélio de Carvalho, representante da Unisa.
Com a mensalidade próxima de 10 mil reais, a Unisa parece admitir rever sua decisão de expulsar os estudantes, já que sem estes 15 agressores, eles estariam deixando de ganhar 150 mil reais por mês.
Para encontrar um meio termo, a Unisa afirma que “pretende reconhecer, nos efeitos suspensivos das expulsões, eventuais injustiças, desde que haja indícios mínimos de não participação dos estudantes nos eventos. Se houve alguma decisão equivocada da Unisa, ela será revista com alegria. Não temos compromisso com o erro”.
O primeiro estudante que apresentou recurso tem 19 anos, entrou na faculdade em fevereiro e segundo seu advogado, Renato Franco de Campos, ele está “atordoado, arrasado e só chora Estudou anos e anos para realizar o sonho de estudar medicina, e acontece essa tragédia”.
O advogado afirma que seu cliente é inocente e que não participou das “brincadeiras”. Ele fala em “brincadeiras”, e não “agressão”, pois acredita que o caso de todos os estudantes, até mesmo os que comprovadamente fizeram o “punhetaço”, sejam tratados sob o prisma educativo.
Revisando: o crime aconteceu em abril, apenas no meio de setembro acontecem expulsões, e isso porque um vídeo viralizou. Mas menos de uma semana depois, vão passar a mão na cabeça dos “jovens”. Até quando para alguém inventar de colocar culpa nas jogadoras em quadra, que são as verdadeiras vítimas deste absurdo?