ONU quer Brasil proíba as escolas cívico-militares

Relatório da ONU acusa violência e racismo nas escolas, cujo modelo é defendido pelo governo de São Paulo
Foto: Agência Brasil

O Comitê de Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu uma recomendação formal para que o Brasil proíba a militarização de escolas públicas em todo o território nacional.

O posicionamento atende a um pedido formulado por parlamentares do PSOL, que questionam o modelo de escolas cívico-militares implementado pelo governo de São Paulo, sob gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos).

O comitê internacional manifestou “profunda preocupação” com relatos de violência sistemática contra crianças e adolescentes, agravada por “discriminação racial estrutural” no país. O documento também cita preocupações sobre assassinatos e desaparecimentos de menores durante operações policiais, recomendando ao Estado brasileiro que adote medidas para combater a letalidade policial e o racismo nas instituições de segurança pública.

PSOL celebra decisão

A iniciativa partiu de uma solicitação conjunta da deputada federal Luciene Cavalcante, do deputado estadual Carlos Giannazi e do vereador Celso Giannazi (todos do PSOL). Os parlamentares argumentam que o programa de militarização escolar, ampliado na gestão Tarcísio, fere princípios educacionais democráticos.

Em resposta, o governo paulista afirmou que a adesão ao modelo foi “voluntária e transparente”, com participação restrita às escolas que manifestaram interesse após consulta à comunidade. “O processo respeitou a autonomia das unidades e o protagonismo da comunidade escolar, sendo implementado apenas onde houve aprovação majoritária”, destacou a administração estadual.

ÚLTIMAS
ÚLTIMAS