Luciano Cavalcante, um dos mais próximos auxiliares do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) é alvo de um dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal nesta quinta (1).
O auxiliar está lotado na Liderança do PP na Câmara e é conhecido em Brasília como uma das pessoas de maior confiança do político, que o acompanha em agendas diversas e viagens. A esposa de Luciano, Glaucia, também já foi assessora de Lira e aparece na investigação.
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A PF investiga um esquema de desvios em contratos de kits de robóticas custeados pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) no governo de Jair Bolsonaro (PL).
Uma das suspeitas é que Luciano e sua mulher Glaucia possam ser beneficiários de valores desviados de contratos para compra de kit robótica, custeados em parte com dinheiro de emendas do relator.
A PF chegou até Luciano Cavalcante e Glaucia ao investigar movimentações financeiras Megalic, empresa de um aliado de Lira, vencedora de licitações de contratos para venda dos kits, também alvo da operação.
Catunda
A Megalic está em nome de Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda (PSD). A proximidade do vereador e de seu pai com Lira é pública.
Ao todo a PF cumpre 26 mandados de busca e 2 de prisão temporária. Segundo a PF, os crimes teriam sido cometidos entre 2019 em 2022 em contratos de 43 municípios alagoanos.
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A área técnica do tribunal identificou, no total, 253 empenhos em valor total de R$ 189 milhões para a compra de kits de robótica. A maior parte é relacionada a recursos de emendas de relator, e nem tudo isso foi de fato pago.
A relação levantada pelo TCU indica priorização a prefeituras de Alagoas e Pernambuco, onde 12 municípios receberam R$ 44 milhões, segundo o órgão.