29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Policia

Operação da PF tem como alvo suspeito de lavagem que depôs na CPI da Covid

Apuração investiga suposto esquema com empresa Global, que envolve contrato com a Petrobras; ação tem como base delação de advogados

Francisco Maximiano, dono da Precisa

A Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Receita realizam operação de busca e apreensão nesta quinta-feira (30) na empresa Global Gestão em Saúde, um dos alvos da CPI da Covid, em investigação sobre um suposto esquema de lavagem de dinheiro e corrupção que envolve contrato com a Petrobras.

A medida, autorizada pela Justiça Federal, é a terceira ação policial em duas semanas em endereços relacionados a Francisco Emerson Maximiano.

Ele é dono da Global e também da Precisa Medicamentos, que está sob apuração na comissão do Senado sob a suspeita de irregularidades na negociação para compra da vacina indiana Covaxin pelo governo Jair Bolsonaro.

Procuradoria e PF apontam suspeitas de pagamentos de propinas a políticos em troca de apoios na contratação de empresas de Maximiano pela estatal. Em delação que deu origem à operação, são citados o ex-senador Romero Jucá (RR) e o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (RJ), ambos do MDB.

O contrato suspeito da Global com a Petrobras é de 2015, durante a gestão Dilma Rousseff (PT), cujo valor é de R$ 550 milhões.

Um grupo com cerca de dez integrantes da PF e Receita Federal chegou pouco depois das 6h ao prédio da Global e da Precisa, na área nobre comercial da cidade de Barueri, na Grande São Paulo.

Segundo a PF, cerca de 50 policiais federais e servidores da Receita Federal cumprem oito mandados de busca e apreensão na Grande São Paulo e na cidade de Passos (MG).

É a 14ª fase da Operação Descarte, iniciada em 2018 em São Paulo. É apurada a suspeita de lavagem de dinheiro com a movimentação que, segundo delação premiada, foi de R$ 3 milhões a R$ 4 milhões (em valores da época) entre os anos de 2014 e 2016.