É impossível hoje em dia não pensar que alguma coisa está fora de ordem no interior de cada cidadão e, até mesmo, em meio as instituições do País.
O discurso de ódio é comum atualmente nas mesas de bar, nos aplicativos da internet e, inclusive, nos três poderes. Isso é a prova inconteste de que a nobreza da razão e a rotina do desrespeito formam uma linha tênue na sociedade.
Há uma ânsia de indivíduos para eliminar quem pensa diferente, quem age diferente e quem ama diferente, que vem se avolumando a todo instante por aqui. É algo de um tecido social esgarçado e mentes doentias.
Certamente, quase todos já viram uma cena ou ouviram alguém bradar, em algum lugar: –Negro filho da puta. Minha vontade é de dar um tiro na sua cabeça, safado!
O ódio que as pessoas estão carregando em si, notadamente na sociedade brasileira, tem muito a ver com a ingorância, o preconceito e o aflorado desejo punivista contra os desafetos, até em causas banais.
É assustadora a excitação das pessoas nesse campo, assim como a incitação pelos canais de comunicação, sobretudo, nas postagens da internet.
Não há limites.
É como se houvesse um prazer incontido dessa gente de atentar contra o outro. Usa-se a arma que tem, como notórios pistoleiros de almas e reputações. A maioria o faz na covardia do anonimato.
Há também os ousados e esses são aplaudidos. Como o proprietário da churrascaria de São Paulo, que o colocou placa na porta do estabelecimento oferecendo 1 ano de churrasco de graça para quem matasse o governador João Dória.
Ora, se faz com o governador, homem branco da elite paulista, imagine o que não mandaria fazer com um favelado que ousasse entrar em seu restaurante?
Cá pra nós, o Dória é mais um político carreirista, oportunista e corrupto, que usou bem a onda punitivista do País para se promover e garantir sua eleição. Não é diferente da maioria. Mas, por mais que se discorde dele mandar matar é uma aberração dessa gente estúpida.
O mandante do crime não consumado foi preso e solto logo em seguida pela polícia paulista. Certamente será esse mais um caso sem ressonância na justiça do País.
São tempos verdadeiramente dificeis. A doença é grave.
Mas, ninguém admite.
Não li nada que você escreveu quando o Bolsonaro levou uma facada, quando vários jornazistas desejaram a morte dele, quando fizeram um simulacro d cabeça dele é jogaram futebol com ela. HIPÓCRITA.