9 de dezembro de 2024Informação, independência e credibilidade
Alagoas

Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar

Subsecretário de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro explica caso de sucesso do Estado para representantes do poder público e empresários

Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar | Divulgação

Nos últimos anos, o Brasil tem despertado para o potencial da exploração econômica sustentável da chamada “Amazônia Azul”, que, segundo a Marinha do Brasil, “compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito marinho, solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira”.

Alagoas deu o primeiro passo para iniciar a discussão sobre como explorar suas potencialidades de forma sustentável nesta sexta-feira (29/11), com a realização da palestra “A importância da Economia do Mar para o Desenvolvimento Econômico”, ministrada pelo subsecretário adjunto de Economia do Mar do Rio de Janeiro, Marcelo Felipe Alexandre.

A iniciativa é da Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea), com apoio da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg-AL) e da Capitania dos Portos. “O evento foi importante e teve uma representatividade muito forte”, enfatizou o vice-presidente da Fiea, José da Silva Nogueira Filho, ao destacar a presença de representantes da academia e dos setores público e privado na Casa da Indústria, o que demonstrou o grande interesse despertado pelo tema.

A segunda ação já tem data para ocorrer. Nogueira anunciou o 1º Fórum de Economia do Mar, marcado para 13 de fevereiro de 2025, que vai reunir parceiros para discutir como avançar no crescimento sustentável da economia do mar em Alagoas. “Esta é mais uma vertente que a Federação trabalha com o objetivo de trazer investimentos e promover o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou.

Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar | Divulgação

Oficial superior da Reserva da Marinha do Brasil, Marcelo Felipe trouxe as experiências do Rio de Janeiro para os participantes do encontro na Fiea. “O governo criou a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar (Sinemar), a primeira do Brasil nessa área, que tem desenvolvido algumas iniciativas pioneiras, envolvendo a sociedade. Uma delas é a Comissão Estadual de Desenvolvimento da Economia do Mar, a Cedemar, que junta academia, empreendedores, governo estado e iniciativas que sugerem a formulação de políticas públicas nessa área, sempre no foco na geração de emprego, renda e alimentos através da pesca e da economia do mar”, explicou.

Potenciais

O comandante Rodrigo Garcia, capitão dos Portos de Alagoas, disse que o desenvolvimento da economia do mar é um caminho irreversível, e que o país tem um grande potencial, uma vez que a Amazônia Azul possui 5,7 milhões de quilômetros quadrados, cobrindo 60% do território nacional, sendo rica em biodiversidade, recursos vivos, não vivos, petróleo e gás natural.

Segundo ele, o estado tem muito a ganhar com a soma de esforços visando aproveitar as oportunidades com foco na sustentabilidade. “Eu acho que Alagoas tem um potencial enorme para a economia do mar, especialmente, no turismo náutico e na pesca. Esse evento de hoje nada mais é do que um pontapé inicial, em que conseguimos congregar poder municipal, estadual, academia e forças empresariais de Alagoas. Quem sabe, em um futuro próximo, a gente consiga implementar uma Secretaria da Economia do Mar aqui no estado e ter grupos de trabalho para ter um bom proveito, de forma sustentável, da economia do mar?”, concluiu.

Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar | Divulgação

Com o mar de um lado, rios do outro e banhado por lagoas, o estado tem um potencial “imenso” que, se bem aproveitado, pode alavancar a economia local, disse o presidente da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (Adesg), coronel PM Gerônimo do Nascimento. “A gente pode explorar a indústria de pesca, as fazendas de pescados e também a produção de algas, que hoje já é uma novidade, e Santa Catarina já faz isso muito bem. A gente pode trazer essas novas ideias e explorá-las para desenvolver o nosso estado”, afirmou.

Turismo e pesca

A economia do mar, para Alagoas, é uma vocação natural, disse a secretária de Estado do Turismo, Bárbara Braga. “O estado é banhado de rios, mares e lagoas, inclusive, a gente precisa, cada vez mais, incentivar esse segmento do Norte ao Sertão do nosso estado, como grande vetor de desenvolvimento econômico e de geração de emprego e renda”, disse ela.

Palestra na Fiea apresenta potencialidades da exploração sustentável da economia do mar | Divulgação

Como exemplo de como a economia do mar gera riqueza, a secretária destacou a chegada de cruzeiros na capital, que na temporada 2024/2025 baterá recordes, com mais de 140 mil leitos, a bordo de 13 navios, que farão 33 paradas no Porto de Maceió. “Isso é um dado histórico, mas, a economia do mar não conta somente com os cruzeiros marítimos. Vai desde o ambulante, o restaurante, o bar, que fica localizado nas encostas das nossas águas, sem contar com a grande possibilidade que a gente tem de fazer a interiorização do turismo”, explicou.

Além do emprego e da renda, a economia do mar põe comida na mesa. A presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores do Estado de Alagoas (Fepeal), Maria José Santos, ressalta que este movimento vai fomentar mais do que o setor da pesca em Alagoas. “Todos os setores ganham e vai dar uma alavancada muito grande dentro da nossa economia”, concluiu.