Há, desde longo tempo, uma máxima dos mais antigos, conservadores e afins, nos seguintes termos: -Diz-me com quem andas e te direis quem és.
O dito popular cai muito bem na decisão do presidente Jair Bolsonaro se filiar ao PL, partido do Centrão, controlado até o último centavo, por Waldemar Costa Neto, um homem famoso no baixo clero da política brasileira. Muito mais pelas falcatruas que realiza do que pela nobreza de caráter.
Eles, Waldemar e Bolsonaro, agora se juntam na mesma legenda, apesar de o presidente ter dito, em 2018, que Waldemar era “um corrupto condenado”.
Verdade. Waldemar foi condenado na justiça como corrupto. Teve decretada sentença de prisão de 7 anos e 10 meses.
Mas, agora, pelo andar da carruagem, Costa Neto salta – aos olhos de Bolsonaro – de corrupto para o ser mais honesto do mundo. É o novo espelho do chefe do Planalto e por isso caminharão juntos e misturados.
Nada disso é surpresa para quem acompanha bem as falácias do mandatário brasileiro, alicerçado em calote dos precatórios e orçamento secreto de R$ 16 bilhões para comprar parlamentares.
Afinal, assim também foi com o senador Fernando Collor, de quem Bolsonaro dizia que era “um grande mentiroso, sem moral e que não é digno de confiança”.
Hoje, eles são praticamente “irmãos siameses”.
Mas, sobre Waldemar, em 2018, Bolsonaro atacou a imprensa quando foi noticiado que ele estava se aproximando do líder máximo do PL. E assim declarou nas redes sociais:
“A QUE PONTO CHEGARÃO? Primeiro a imprensa mente ao publicar que estive com Waldemar da Costa na semana passada. Agora diz que aceno para corruptos e condenados. É a velha imprensa de sempre, não sabem fazer outra coisa a não ser mentir e mentir”, escreveu.
Mas, logo em seguida, a aliança dele com o Centrão foi quem lhe impôs a marca de mentiroso mor, mais uma vez.
Sendo assim, é melhor ouvir a canção de Noel Rosa: Pra que mentir/Pelo teu ódio sincero/ou por teu amor fingido?