29 de março de 2024Informação, independência e credibilidade
Economia

Para Guedes, crise política é a razão do dólar não baixar é Bolsa Família de R$ 300 é prioridade

Para o ministro da Economia, câmbio de equilíbrio deveria estar entre R$ 3,80 e R$ 4,20

O ministro Paulo Guedes (Economia) afirmou nesta terça-feira (14) que o dólar deveria estar descendo, mas isso não ocorre porque o “barulho político” não deixa. Segundo ele, o câmbio de equilíbrio no país deveria ser entre R$ 3,80 e R$ 4,20.

Membros do Ministério da Economia já vinham demonstrando preocupação com a radicalização de discursos do presidente Jair Bolsonaro, sob a avaliação de que os ataques feitos pelo mandatário impactam indicadores econômicos e o dólar, atingem diretamente a população e dificultam a retomada da atividade. Analistas de mercado compartilham dessa avaliação.

Em evento do BTG Pactual, Guedes disse que “os atores cometem excessos”, citando como exemplo Bolsonaro e ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Para ele, o dólar deveria estar em outra trajetória.

“Estamos indo para meio trilhão de dólares de corrente de comércio com o mundo, nunca aconteceu antes, US$ 100 bilhões na balança comercial, nunca aconteceu antes. […] Então, esse dólar já era para estar descendo mesmo, mas o barulho político não deixa descer. O câmbio de equilíbrio devia ser hoje uns R$ 4,00, R$ 3,80 se estivesse tudo normal”. Paulo Guedes, ministro da Economia.

A moeda americana operou ontem em R$ 5,25.

Bolsa Família

Guedes também disse que o governo tem como “prioridade zero” a efetivação do Bolsa Família com valor de R$ 300. De acordo com ele, os recursos do programa social serão bancados com recursos advindos do imposto de renda e estarão dentro do teto de gastos do governo federal.

“A agenda, prioridade zero, é Bolsa Família de R$ 300. O presidente Jair Bolsonaro já disse que é R$ 300, dentro do teto e com responsabilidade fiscal”. Paulo Guedes.

O ministro da Economia também criticou segmentos empresariais que são contrários à reforma tributária do imposto de renda. “Inadvertidamente, às vezes, o mundo empresarial vai a Brasília, e faz um lobby contra o imposto de renda. Ele, na verdade, está inviabilizando o Bolsa Família”, ressaltou.

“Isso vai produzir uma reação do governo que é a seguinte: então quer dizer que não tem fonte [de receita para Bolsa Família]? Não tem tu, vai tu mesmo. Então bota aí R$ 500 logo de uma vez e é auxílio emergencial. A pandemia está aí, a pobreza está muito grande, vamos embora”. Paulo Guedes.