20 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Parte do centrão admite derrota de Bolsonaro já no primeiro turno

Membros do Progressistas e PL reconhecem sérias dificuldades eleitorais para o presidente guinada na economia e no comportamento

Presidente da República, Jair Bolsonaro durante audiência com Onyx Lorenzoni, Ministro-Chefe da Casa Civil da Presidência da República e Senador Ciro Nogueira (PP-PI), Presidente Nacional do PP. Foto: Marcos Corrêa/PR

Até mesmo parte do centrão já admite chances de que o presidente Jair Bolsonaro não consiga conquistar o segundo mandato nas eleições de 2022.

Segundo o Estadão, membros do Progressistas, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, tem traçado esse cenário e aposta que a eleição para o Palácio do Planalto pode até mesmo ser decidida no primeiro turno.

“Tem uma chance grande de o presidente Bolsonaro não estar no segundo turno. A gestão está ruim e mal avaliada e uma série de fatores o atrapalham”. Gilberto Kassab, presidente do PSD.

O PSD tem em seus quadros o ministro das Comunicações, Fábio Faria, que está de saída do partido por causa das divergências da sigla comandada por Kassab com o governo. Faria vai para o Progressistas e Kassab faz articulações para filiar o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ao PSD. A ideia é lançá-lo à cadeira de Bolsonaro.

Presidente do PL no Rio, o deputado Altineu Cortês, por exemplo, disse apoiar a reeleição do presidente, mas afirmou que o governo necessita com urgência fazer mudanças importantes na seara econômica. Bolsonarista de carteirinha, Cortês argumentou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, atrapalha o governo por não ter “sensibilidade social” e deve sair do cargo.

“Precisamos de um ministro que trate da responsabilidade fiscal, mas que tenha sensibilidade social. Essa sensibilidade social, hoje, infelizmente, o ministro Paulo Guedes tem na sola do pé”. Altineu Cortês, presidente do PL.

Antes disso, a situação acreditava que Bolsonaro seria competitivo no ano que vem com crescimento econômico e com um novo Bolsa Família, agora batizado de Auxílio Brasil. E imaginavam que com todos vacinados, os problemas da pandemia seriam passado.

Ledo engano: inflação, juros e desemprego em alta, a população sente os efeitos da deterioração econômica e do aumento do preço dos alimentos, do gás de cozinha, da conta de luz e da gasolina.

O que acontece portanto não é uma situação vista como passageira, agravada por uma nova onda da pandemia, crise hídrica e a instabilidade autoritária de Bolsonaro, que investe em ameaças à democracia e em conflitos institucionais.

XP

Pesquisa XP-Ipespe divulgada na semana passada mostra as dificuldades enfrentadas pelo presidente. A pesquisa também mostrou continuidade na tendência de crescimento das intenções de voto no ex-presidente Lula (PT), que aparece com 40% das intenções de voto no levantamento de agosto, 2 pontos percentuais a mais que na pesquisa de julho.

Esta é a 5ª rodada da pesquisa em que o ex-presidente repete a tendência de alta. Ele tinha 25% em março, quando seu nome voltou a ser testado. Jair Bolsonaro tem 24% das intenções de voto, 2 pontos a menos que a última rodada. Atrás do ex e do atual presidente aparecem Ciro Gomes (10%), Sergio Moro (9%), Luiz Henrique Mandetta e Eduardo Leite (4%).

O petista também lidera cenário alternativo, em que João Doria (5%) é testado no lugar de Eduardo Leite e são incluídos Datena (5%) e Rodrigo Pacheco (1%) e Sergio Moro é excluído. Nesse cenário, Lula tem 37% e Bolsonaro, 28%.