As igrejas evangélicas dos pastores Edir Macedo, Waldemiro Santiago, Silas Malafaia, RR Soares, Samuel Bravo, Estevam Hernandes, entre outros menos cotados, devem aos cofres do governo federal R$ 194 milhões. São débitos previdenciários e da Receita Federal
Embora, atualmente no País, igrejas acumulam dívidas milionárias com a Receita Federal. De acordo com apuração da Agência Pública, no final de 2019 as dívidas de 1.200 igrejas somavam R$ 460 milhões.
Eis que no início deste mês os pastores estiveram reunidos com o presidente Jair Bolsonaro, no Planalto, e insistiram pelo perdão da dívida. Mas, não ficou só nisso.
Os pastores saíram do palácio com um mimo vantajoso.
Eles receberam mais de R$ 30 milhões da Secretaria de Comunicação da Presidência da República. O dinheiro foi destinado para a veiculação de campanhas publicitárias nas rádios e TVs das igrejas que apoiam o governo.
O encontro no Planalto foi organizado pelo pastor Silas Malafaia. Lá, ele disse que o evento com o presidente era para “interceder pela nação e levantar um clamor pelo Brasil”. Concretamente, levantou mais do que isso.
Pastor preso – Um dos presentes foi o apóstolo Estevam Hernandes, da Igreja Renascer em Cristo. A igreja é dona da Rede Gospel, uma emissora de TV mantida pela Fundação Evangélica Trindade.
De acordo com a Pública, Em 2012, o apóstolo Estevam Hernandes e sua esposa, a bispa Sônia Hernandes, foram obrigados pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a devolver R$ 785 mil aos cofres públicos por fazer uso de repasses do Ministério da Educação à Fundação Renascer. O dinheiro deveria ter sido utilizado para alfabetização de jovens e adultos.
Já em 2007 o mesmo casal foi preso nos Estados Unidos, acusado de tentar entrar no país com dinheiro não declarado dentro de uma bíblia.
O planalto tem esses religiosos como referência para fazer a chamada “mídia positiva” do governo.
Só que depois de pastores foi a vez de padres da igreja católica que controlam rádios e TVs. Em 21 de maio eles se ofereceram para apoiar o governo e receberam, segundo o Estadão, R$ 4,6 milhões.
O caso escandalizou a Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB), que, em nota, protestou contra a atitude dos padres e declarou que “a Igreja Católica não faz barganhas”.
Mas, pelo sim, pelo não, o dinheiro foi parar na conta.