18 de abril de 2024Informação, independência e credibilidade
Política

Paulão diz que Bolsonaro age como ‘chefete de republiqueta’ ao monitorar deputados

Parlamentar diz que episódio é mais um ato de improbidade e de afronta às instituições

Paulão cobra respostas do MPF, STF e da Câmara pelos atos de improbidade do presidente.

O deputado federal Paulão (PT-AL) reagiu nesta sexta-feira, 20, com indignação ao  saber que o presidente Jair Bolsonaro gastou dinheiro dos cofres públicos para monitorá-lo, assim como outros  115  parlamentares brasileiros.

Os 116 parlamentares tiveram suas redes sociais monitoradas pelo Palácio do Planalto, com recursos pagos pelas  Secretaria de Governo e Secretaria de Comunicação, as quais apresentaram relatórios em palácio nos meses de fevereiro, março e abril deste ano.

Para o deputado alagoano o governo de Bolsonaro comete mais um ato de improbidade administrativa, além de promover afronta institucional rotineira no País, enquanto o Ministério Público Federal e o Supremo Tribunal Federal assistem inertes.

O deputado declarou ainda que tais atitudes do presidente são típicas de “chefetes de republiquetas”, que fazem da tirania o estilo preferido de agir no poder. “O Brasil só viu coisas semelhantes na ditadura militar por meio do sinistro SNI. Bolsonaro copia os atos reforçando o seu perfil antidemocrático e tresloucado”, destacou Paulão.

O parlamentar exige que a mesa Diretora da Câmara também se manifeste diante dos fatos, considerando que até o presidente da Casa passou a ser monitorado por Bolsonaro. “Vou cobrar do presidente Rodrigo Maia uma atitude à altura. Ele não pode continuar ignorando as ações  irresponsáveis do chefe de governo, sem nenhum apreço ao direito democrático da cidadania brasileira”, sustentou.

Além de Paulão, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) também é um dos monitorados por Bolsonaro. O senador ainda não se posicionou sobre o caso, que ganhou repercussão na mídia nacional. O Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) também é um dos nomes da lista.

Enquanto isso, o  Planalto impôs sigilo aos dados e documentos, alegando tratar-se de um “trabalho autoral” da empresa contratada para o serviço, e se recusou a responder aos questionamentos dos veículos de comunicação que questionaram o ato palaciano.